Coordenação: Jane Márcia Mazzarino
Pesquisador(a):
Jane Márcia Mazzarino
Luciana Turatti
Rodrigo Müller Marques
Lise Mary Soares Souza
Anna Ariane Araújo de Lavor
Patrícia de Araújo Nunes
Renata Fernandes Herdina
Janilton de Lima Almeida
Moises Eudocio Almeida
Tiago Luis da Silva Soares
Fontes Financiadoras:
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul - FAPERGS
Resumo:
A pesquisa parte do incômodo diante da observação do contexto eco sociocomunicacional em ambientes educadores formais e não formais. O incômodo gera a ação por meio da pesquisa intervenção com uso de uma metodologia criada gradualmente por meio de investigações da mesma e de seus orientandos de mestrado e doutorado, ao longo da última década. A intenção é aprofundar a reflexão teórica e metodológica lapidando o conceito de ecosofia e a metodologia Ecosofia NAT, que articulam e dinamizam as três ecologias (mental, social, ambiental) com três interferências (contato com a natureza, expressão por meio das artes, exploração de tecnologias sociais e midiáticas). Evidências de pesquisas finalizadas e em curso apontam para transformações comunicacionais intra e interpessoais ou sociocomunitárias e com os territórios habitados. O conceito de ecosofia é abordado por Felix Guattari, Arne Naess e Michel Maffesoli, mas não haviam metodologias ecosóficas desenvolvidas. A Ecosofia NAT conjuga o contato direto com a natureza (N), experiências com arte (A) e a exploração de tecnologias (T) sociais e midiáticas, em processos de introspecção, expressão e compartilhamento, que exploram a comunicação consigo, com outros humanos e não humanos, síntese da proposta ecosófica, decorrente da Ecologia Profunda. A metodologia está descrita no livro Ecosofia NAT: design para a comunicação ambiental. Pesquisas de mestrado e doutorado junto ao Programa de Pós Graduação Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD), da Universidade do Vale do Taquari (Univates), aprofundam esta metodologia interdisciplinar. Todas estão relacionadas ao grupo de pesquisa Ecosofias, Paisagens Inventivas (CNPq). São pesquisadores do PPGAD/Univates, da Universidade de Aveiro, da Universidade Estadual do Ceará e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - Juazeiro do Norte. As pesquisas do grupo têm gerado impacto nos campos da Comunicação Ambiental, da Educação e das Ciências Ambientais, área do Programa de Pós-Graduação Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD). Mais recentemente aprofunda-se as relações da comunicação ecosófica com a Filosofia, com a Arte, com a Psicologia e com a área da Saúde, enveredando para a perspectiva transdisciplinar. A pesquisa tem caráter inovador por imprimir esta perspectiva na Área da Comunicação, com impacto para o desenvolvimento científico, já que busca contribuir epistemologicamente para o campo da Comunicação dando continuidade a pesquisas anteriores, demonstrando ser um momento de maturidade intelectual da proponente. A consistente produção da proponente atesta uma genealogia com uma linha condutora entre as problemáticas abordadas, com inovação, seriedade e contribuição, além de científica, também tecnológica, na sua vertente social. Problematiza-se como os conceitos e proposições de autores da ecosofia e próximos a ela podem aportar para o aprofundamento de uma proposta ecosófica na área da comunicação, que contribua para enfrentar a degradação ambiental, social e de saúde mental que caracteriza os contextos de vida, em especial os espaços educativos, sejam formais ou não formais? De outra forma, como a comunicação ecosófica pode compor com outras possibilidades novas formas de ser em grupo em um cenário de crise ambiental, de fanatismos exacerbados e de uma pandemia da saúde mental, que convida a reconexão com dimensões esquecidas, como a poética do viver? Quais territórios existenciais podemos criar em ambientes educativos inspirados na comunicação ecosófica? Os ambientes educativos formais referem-se a escolas e universidades públicas ou privadas, que envolvem investigações com estudantes e professores, podendo incluir as famílias e outros participantes das comunidades escolares, enquanto os ambientes não formais multiplicam-se para espaços empresariais, instituições público-privadas, prefeituras, grupos comunitários, rurais ou urbanos, entre outros. O estudo parte das obras dos três autores que debruçaram-se sobre o conceito da ecosofia em obras publicadas no contexto europeu (Michel Maffesoli, Arne Naess e Felix Guattari), para aprofundar-se naquele que desenvolveu de forma mais profunda as dimensões da ecosofia em obras escritas em parceria com outros autores, caso de Felix Guattari e Gilles Deleuze, a fim de desenvolver uma teoria da comunicação ecosófica, algo inédito. Uma pesquisa no Portal de Periódicos da Capes utilizando os descritores “comunicação”, “ecosofia”, “ecosófica” em qualquer campo e sem nenhuma restrição resulta em dois trabalhos, sendo que um é da autora deste projeto com dois co-autores, denominado Por uma comunicação ambiental mais orgânica: a natureza mediadora da ecologia social em processos educativos (Mazzarino, Scheibe, Petter, 2023), e outro que foca aspectos tecno comunicacionais com base nas ideias de Maffesoli, sem relação com a vertente que adotamos nesta proposta. Este segundo trabalho denomina-se A ecosofia de Michel Maffesoli e suas implicações tecnocomunicacionais. Estes resultados atestam o mérito da proposta por seu ineditismo e contribuição, além da relevância. A pesquisa adota a cartografia bibliográfica das obras sobre ecosofia, a fim de triangular com a meta análise das pesquisas-intervenção já realizadas e em curso no grupo da proponente, que aplicam a Ecosofia NAT e aprofundam-se na Ecosofia, a fim de identificar aspectos relevantes que emergiram, que possam ser apropriados por outros ambientes educativos formais e não formais, a fim de melhorar as relações de comunicação (intra e interpessoal e com proximidade de contato com os biomas habitados). A proposta visa a construção de uma perspectiva epistemológica para a comunicação, que seja contemporânea aos desafios emergentes que vivemos como humanidade, adotando referenciais teóricos consagrados, mas que ainda não tem devidamente exploradas suas contribuições para a área da comunicação ambiental em uma perspectiva ecosófica. Tempos sombrios requerem uma perspectiva comunicacional que dê conta da complexidade dos desafios articulados na crise civilizatória vivenciada. Desta forma, reitera-se o impacto científico e social da proposta para a área da Comunicação por ser uma proposta transdisciplinar, com impacto nos contextos educativos formais e não formais, com vistas à transformação ecosociocomunicacional e mental. A proposta tem uma metodologia convergente aos objetivos e metas, é exequível no tempo, tem cronograma claro, definido e compatível. Consideramos necessário apresentar a revisão já em curso do conceito de Ecosofia e as pesquisas que já realizamos., que aprofundam o conceito e exploram a Ecosofia NAT.