Um grande público, interessado e participativo, compareceu na noite desta sexta-feira, dia 30, ao Complexo Esportivo da Univates para prestigiar a palestra “Redes sociais, virtudes e efeitos colaterais da nova comunicação digital”, proferida pelo jornalista e apresentador do programa Custe O Que Custar (CQC), Marcelo Tas. O evento teve entrada franca e foi aberto a toda comunidade.

"É uma grande alegria estar aqui, nesta instituição de grande reputação e qualidade. Estou super feliz. A minha ideia é trocar experiências com vocês", disse ele na abertura da palestra. Tas afirmou que o assunto que iria abordar está mudando o mercado de trabalho, a educação, o namoro, os relacionamentos, o poder da pessoa que sempre ficou calada, que era só um consumidor, um telespectador, um aluno. "Agora essa pessoa pode criticar, falar, corrigir", ressaltou logo de início sobre a mudança de comportamento proporcionada pelas redes sociais digitais.

De acordo com o palestrante, esta mudança não começou agora, com o computador ou a internet. "Viver em rede é algo muito antigo", destacou. Durante toda sua fala, o jornalista apresentou imagens que reforçavam seu discurso.

Como exemplo, Marcelo Tas falou sobre a diferença entre o primeiro dia de aula das pessoas na plateia e das crianças de hoje. "Minha sala de aula tinha um professor, enchendo o quadro negro, e os alunos copiando. Só tínhamos uma fonte de informação, que era o professor, e não debatíamos a informação. Hoje, temos milhões de fontes de informação", disse. Ele também relatou brevemente sua trajetória profissional, que iniciou com a faculdade de Engenharia, onde acabou descobrindo sua verdadeira vocação, na área do jornalismo.

Voltando ao tema central da palestra, ele afirmou que tudo o que produzimos hoje está na mesma rede e que está todo mundo olhando para essa rede. "Nós estamos na era da transparência. Seja fiel ao que você acredita", sugeriu, acrescentando que vivemos a era do tempo real e da mobilidade.

Conforme ele, o Brasil é o país no qual se você não entregar o que o consumidor quer, ele inventa, dá um jeito, faz "gambiarra". "O brasileiro tem uma velocidade para adotar as novas tecnologias bem diferente dos outros povos. Tem mais lan house do que botequim na periferia, porque as pessoas entendem que aquilo é uma oportunidade", observou.

Em relação ao novo perfil do consumidor, o jornalista disse que esse consumidor talvez esteja invisível aos olhos de muita gente, especialmente de algumas empresas, que não perceberam como o horizonte se ampliou. "Mas não tente enganar esse consumidor, ele é muito bem informado. Ele não é passivo como éramos. Há uma mudança de postura nas pessoas", ressaltou Tas, acrescentando que a rede é uma oportunidade de conhecer as pessoas, ouvir o que elas têm a dizer. "Quando você começa a ouvir sua rede, as coisas se tornam reais. A internet é uma rede mundial de pessoas que usam computador. Não é uma rede de computadores", frisou.

"O conhecimento está em todo lugar, não somente na sala de aula. Por isso admiro as instituições que compreendem isso e promovem eventos dessa natureza. E com tanta informação e ruído, é justamente agora que precisamos do professor, do jornalista, do líder empresarial", opinou o jornalista. Ao final da palestra, ele respondeu a diversas perguntas do público.

 

Texto: Tamara Bischoff