A utilização de livros eletrônicos, conhecidos como e-books, cresce cada vez mais na era digital em que vivemos. No Brasil, o mercado da área ainda é recente, mas a grande maioria da população passa muito tempo na internet. Por isso, a leitura digital pode ser um atrativo e um incentivo no meio acadêmico. A professora da Univates Adriane Pozzobon, do curso de Biomedicina, decidiu ingressar nessa plataforma e já conta com três e-books publicados até o momento, em conjunto com professores de outras instituições.

O primeiro, de 2010, intitula-se “Fisiologia Humana – Testes”; o segundo, publicado em 2011, “Etimologia e abreviatura de termos médicos”; e o terceiro, em 2012, “Anatomia na prática”. Conforme a professora, o formato digital permite maior facilidade de divulgação e acesso. Por envolver professores de outras instituições, as publicações também recebem maior visibilidade.

Seu primeiro livro foi acessado por um aluno de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane, de Moçambique, que encontrou o material na internet. O estudante enviou um e-mail para Adriane, agradecendo pela publicação e perguntando se a professora contava com mais publicações digitais semelhantes para enviar a ele. “Depois recebi mais e-mails de outros alunos. Inclusive, uma editora do Rio de Janeiro quis comprar o livro de 'Etimologia' no formato impresso, contudo, informei a eles que o livro é de livre acesso”, conta. Segundo ela, os e-books possuem a mesma importância de um livro impresso no currículo acadêmico.

Adriana ressalta que o objetivo dessas publicações é que as pessoas tenham fácil acesso e que possam utilizá-las como material de apoio em sala de aula. “A geração atual, acostumada com a era digital, precisa desses recursos. A população brasileira passa muito tempo na internet, e por isso a leitura digital pode ser um atrativo e um incentivo no meio acadêmico. Não digo que os livros tradicionais perderam seu valor, mas os e-books se tornaram uma ferramenta de incentivo à leitura”, enfatiza. Além disso, deve-se levar em consideração a questão da sustentabilidade evitando as impressões.

As publicações de Adriane podem servir como incentivo a outros professores interessados em publicar livros digitais. “Não é só uma questão de aumentar o número de publicações no currículo, mas também da importância do uso em sala de aula de material bibliográfico produzido pelo próprio professor. Além disso, não existe nada mais gratificante do que receber um retorno positivo de alguém que leu a sua obra”, destaca.

A professora está preparando a publicação do seu quarto livro digital, que será feito com fotografias de materiais do laboratório de Anatomia Humana. Inclusive, o exemplar contará com o auxílio de um acadêmico da Univates para a tarefa de fotografar e editar as imagens utilizadas no livro. Os projetos de Adriane, diagramados na editora da Univates, receberam o apoio do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde e podem ser conferidos no site www.univates.br/editora-univates/e-books.

Texto: Tuane Eggers