A Universidade do Vale do Taquari - Univates foi uma das instituições envolvidas no lançamento do Programa LEIA — Ler, Entender, Interpretar e Aprender —, realizado na noite desta quinta-feira, 22 de maio, no Teatro da Univates, em Lajeado. A iniciativa do Grupo A Hora visa impulsionar o hábito da leitura física, com foco especial em crianças e adolescentes, e transformar o Vale do Taquari em uma das regiões que mais lê no Brasil.
Representando a Univates, a vice-reitora Cintia Agostini participou do evento, reforçando o compromisso institucional com a promoção da educação e da cultura na região. O lançamento reuniu secretários municipais de Educação, professores, diretores escolares, escritores, lideranças comunitárias e leitores de toda a região. “É um projeto que o nosso grupo lança para tornar o Vale uma das regiões que mais lê no Brasil”, afirmou Adair Weiss, diretor do Grupo A Hora, durante a abertura.
Univates: palco e parceira estratégica
A parceria entre a Univates e o Grupo A Hora reforça a sinergia entre as instituições na promoção de ações voltadas à educação e à cultura. Além de sediar o evento, a universidade será uma das aliadas na mobilização regional que busca fomentar o hábito da leitura, especialmente entre crianças e adolescentes. “A nossa missão é construir o ‘Vale da Leitura’”, enfatizou Gilberto Soares, coordenador estratégico do Programa LEIA.
O Programa LEIA nasce com a proposta de ser uma ação contínua, colocando os estudantes no centro das iniciativas de promoção da leitura. Entre as principais estratégias estão visitas a escolas, participação em feiras do livro, concursos literários, distribuição de selos colecionáveis e premiação de professores que desenvolverem os melhores projetos de leitura.
Um dos elementos criativos do projeto é a mascote Nara, uma simpática capivara leitora, criada para protagonizar aventuras no material didático e nas ações do programa. A proposta do LEIA vai ao encontro de valores defendidos pela Univates, especialmente no que se refere à valorização da leitura. A iniciativa surge como resposta aos desafios do analfabetismo funcional e aos efeitos negativos do uso excessivo de dispositivos eletrônicos.
Dados do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) apontam que três em cada dez brasileiros são analfabetos funcionais — com dificuldades para compreender textos longos e resolver operações matemáticas básicas. Além disso, levantamento do Ministério da Saúde mostra que os atendimentos no Sistema Único de Saúde (SUS) relacionados a transtornos de ansiedade cresceram 3.300% entre adolescentes de 15 a 19 anos.
A médica Gabriela Crestani Pedó, especialista em Neurociências, Educação e Desenvolvimento Infantil, destacou os riscos do excesso de exposição às telas. “Colocamos tempo demais em tela na nossa vida. Isso afeta não só as crianças, mas também os adultos e as relações humanas”, afirmou.
O caderno LEIA-ME: suplemento bissemanal
Um dos pilares do programa é o caderno LEIA-ME, suplemento impresso que será publicado duas vezes por semana: sempre às terças-feiras e aos sábados. A primeira edição foi lançada no sábado (24), com conteúdo colorido, interativo e recheado de histórias para tornar a leitura divertida e envolvente. O LEIA-ME aposta em uma linguagem acessível e criativa, com foco em textos que estimulem o prazer da leitura e fortaleçam habilidades de interpretação e compreensão.
Ações em escolas e feiras do livro
O Programa LEIA prevê uma série de atividades itinerantes, como visitas a escolas e participação em feiras do livro na região. A equipe do Grupo A Hora, com apoio de instituições como a Univates, promoverá encontros com estudantes, educadores e famílias, reforçando o papel do contato humano e da experiência sensorial proporcionada pela leitura física.
Além disso, o projeto inclui o “Livro Viajante”, que circulará entre as escolas da região, promovendo o intercâmbio de histórias e experiências.
Benefícios da leitura física
Durante o lançamento, foram destacados os múltiplos benefícios da leitura em papel:
Reduz problemas de visão e ansiedade;
Diminui a irritabilidade e o estresse;
Desintoxica o cérebro do excesso de estímulos digitais;
Melhora a concentração, compreensão e memória;
Estimula a criatividade, a imaginação e o pensamento crítico;
Fortalece a empatia e a conexão emocional com as histórias.