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Crianças e jovens do Vale do Taquari são arqueólogos por um dia em projeto da Univates

Postado as 08/03/2022 11:20:54

Por Lucas George Wendt

Um dos projetos de extensão da Universidade do Vale do Taquari - Univates é o Arqueólogo por um dia: ações de educação patrimonial, que, desde a sua origem no início dos anos 2000, desenvolve ações educativas nas escolas do Vale do Taquari e do entorno. As oficinas oferecidas abordam temas transversais, como patrimônio, cultura, ambiente e história regional. 

Durante o ano de 2021, em razão da pandemia, as atividades foram realizadas em duas modalidades. Na primeira, desenvolveram-se as atividades com as adaptações realizadas em 2020, ou seja, as oficinas foram realizadas virtualmente, utilizando ferramentas digitais de dinamização das atividades. Com o retorno à presencialidade nas instituições de ensino, as oficinas voltaram a acontecer presencialmente. Em 2021 as ações foram realizadas com 14 turmas, contemplando aproximadamente 200 estudantes de diferentes escolas. Além da região do Vale do Taquari, o projeto esteve pela primeira vez em Fontoura Xavier, município que pertence à região do Alto da Serra do Botucaraí.

Divulgação/Univates

Articulando uma rede de conhecimentos na Universidade, o projeto de extensão se relaciona com os Programas de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD) e em Ensino (PPGEnsino) por meio de interfaces com as pesquisas desenvolvidas no projeto de pesquisa estruturante “Sociedade e Cultura: História Ambiental, Etno-História e Cultura Material”. A partir da tríade extensão, ensino e pesquisa, as ações do projeto no âmbito acadêmico impactaram a produção de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs), dissertações de mestrado e teses de doutorado. Os trabalhos acadêmicos e algumas produções na forma de comunicação oral em eventos discutem transversalmente as questões tratadas no projeto. Os dados colhidos durante as atividades também dão origem a artigos científicos. 

O projeto é direcionado a estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio das escolas públicas e privadas. Atende prioritariamente a comunidade regional, a partir da interlocução com professores parceiros, que, ano após ano, incluem as oficinas desenvolvidas no projeto como complemento nas abordagens de suas aulas.

A equipe

A equipe do projeto de extensão “Arqueólogo por um dia: ações de educação patrimonial” é composta pela professora e coordenadora Neli Teresinha Galarce Machado, pelo professor Sérgio Nunes Lopes e pela coordenadora do Centro de Memória, Documentação e Pesquisa da Univates (CMDPU), Patrícia Schneider. Os bolsistas integrantes são os estudantes do curso de História Andressa da Rosa Souza e Rodrigo Antoniazzi Finkler. São também integrantes do projeto estudantes e funcionários voluntários da Univates, além de seis professores voluntários das escolas de Educação Básica da região do Vale do Taquari. 

Os pesquisadores, como mestrandos e doutorandos, ligados ao Laboratório de Arqueologia (Labarq) participam das discussões enriquecendo o aporte teórico para qualificar o que é didaticamente pensado para as oficinas.

Divulgação/Univates

Divulgação/Univates

Divulgação/Univates

Divulgação/Univates

Divulgação/Univates

Divulgação/Univates

Como são as oficinas?

As ações do projeto abordam temas transversais, como patrimônio, cultura, ambiente e história regional, e são pedagogicamente organizadas em etapas no formato de oficinas.

A oficina dialogada consiste em apresentar as conexões entre o que é a centralidade do projeto e a matriz curricular trabalhada pelos professores parceiros nas escolas. Também nesta oficina são apresentadas algumas pesquisas realizadas na região do Vale do Taquari pelo Labarq da Univates. Outra abordagem diz respeito à desmistificação do trabalho do arqueólogo e às competências da Arqueologia. Essa oficina é sucedida pelas oficinas práticas a serem efetivadas em outra oportunidade. Nas oficinas os estudantes experienciam o que foi tratado na oficina teórica. 

As práticas envolvem a confecção de vasilhas cerâmicas com o uso dos métodos estudados na literatura arqueológica como tendo sido as técnicas das quais lançavam mão os grupos humanos estabelecidos na região em temporalidades que superam em muitos séculos o período da colonização e até concomitantemente a ele. Já durante a segunda etapa da oficina os estudantes realizam a simulação de escavação em um sítio arqueológico organizado pelos bolsistas em local previamente determinado pelo professor parceiro e com a ciência da escola. 

Antes de efetivamente simularem a escavação, os estudantes vivenciam as etapas que a precedem, como a observação do ambiente e caminhada pela área. Em seguida, os estudantes demarcam as quadrículas e, por fim, utilizam as técnicas de escavação aprendidas na oficina teórica, a fim de encontrar fragmentos de cerâmica (não arqueológica) previamente enterrados pela equipe do projeto.

A simulação das atividades de laboratório em Arqueologia é realizada mediante a montagem das vasilhas, que são reconstituídas a partir dos fragmentos evidenciados. Essa etapa se dá em sala de aula ou em área adequada para isso perto do sítio arqueológico simulado.

Professora Neli Machado

Bruna Lais Alves

Duas décadas de resultados 

“Os impactos educacionais gerados pelo desenvolvimento do projeto de extensão ocorrem de forma mútua entre a Universidade e a comunidade. As ações educativas desenvolvidas durante as oficinas possibilitam a dinâmica e o intercâmbio dos saberes que permeiam o diálogo entre bolsistas de extensão e os estudantes das escolas parceiras, com foco na educação patrimonial”, explica a coordenadora do projeto, professora doutora Neli Machado. 

“A partir desse diálogo vêm à tona reflexões sobre a responsabilidade social e ambiental no sentido de estabelecer uma política de bem viver nos espaços a partir da perspectiva de que se vive em relação o tempo todo. Convencionando formas de viver da perspectiva social, sempre atentando para as questões sociais e ambientais”, complementa. 

Tendo em vista as quase duas décadas de trabalho do projeto nas redes pública e privada de ensino da região, diversas são as contribuições do projeto de extensão “Arqueólogo por um dia” para a educação no Vale do Taquari. No âmbito do contato interinstitucional, espera-se contribuir com o professor para a reflexão sobre temas fundamentais no que diz respeito à educação patrimonial, com ênfase no estabelecimento de vínculos entre os sujeitos e seus espaços. 

No que concerne à formação acadêmica dos estudantes da Univates, o projeto é uma das formas de oportunizar a curricularização da extensão, uma vez que, além dos bolsistas, estudantes voluntários podem participar das atividades, qualificando a sua formação. 

Da perspectiva dos impactos sociais, os temas tratados na oficina teórica e vivenciados nas oficinas práticas incentivam a responsabilidade social e ambiental das crianças e jovens a partir da abordagem aos patrimônios locais. 

Do ponto de vista da construção do conhecimento, os pesquisadores percebem um processo de retroalimentação que se torna, também, fonte para o desenvolvimento das pesquisas arqueológicas e históricas realizadas no Laboratório de Arqueologia da Univates.

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