Utilizamos cookies neste site. Alguns são utilizados para melhorar sua experiência, outros para propósitos estatísticos, ou, ainda, para avaliar a eficácia promocional do nosso site e para oferecer produtos e serviços relevantes por meio de anúncios personalizados. Para mais informações sobre os cookies utilizados, consulte nossa Política de Privacidade.

Peter Bond/Unsplash

Estudantes da Univates apontam impacto da inflação sobre a cesta básica na região

Postado as 23/12/2022 11:42:55

Por Lucas George Wendt

Ana Amélia Ritt

Durante as décadas de 1980 e primeira metade da década de 1990, as famílias brasileiras conviveram com a inflação. Foram tempos nos quais os preços nos supermercados eram reajustados diariamente. Objetivando experienciar situações daquela época e promover o aprendizado, os estudantes da turma de Economia e Finanças na Era Digital, ministrada pelo professor Samuel Martim de Conto, realizaram, durante o segundo semestre de 2022, a coleta de preços de produtos da cesta básica em diferentes municípios da região. 

Realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA) é um levantamento contínuo dos preços de um conjunto de produtos alimentícios considerados essenciais. Os itens básicos pesquisados foram definidos pelo Decreto Lei nº 399, de 30 de abril de 1938, que regulamentou o salário-mínimo no Brasil e está vigente até os dias atuais. 

O Decreto determinou que a cesta de alimentos fosse composta por 13 produtos alimentícios em quantidades suficientes para garantir, durante um mês, o sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta. Para o Rio Grande do Sul, a cesta básica deve conter 6,6 quilos de carne bovina, 7,5 litros de leite, 4,5 quilos de feijão, 3 quilos de arroz, 1,5 quilos de farinha de trigo, 6 quilos de batata, 9 quilos de tomate, 6 quilos de pão francês, 600 gramas de café em pó, 90 unidades de banana, 3 quilos de açúcar, 900 gramas de óleo de soja e 750 gramas de manteiga. 

A pesquisa

Cada um dos 15 grupos de estudantes da disciplina realizaram duas coletas de preços durante os meses de setembro e outubro, em 15 municípios (11 do Vale do Taquari), totalizando 102 coletas de preços. Os grupos constataram que, ainda impactados pela crise sanitária e conflitos internacionais, os preços dos alimentos continuam em patamares elevados em relação a 2021, quando pesquisa similar foi realizada.  

Da relação de municípios pesquisados, no mês de outubro, Marques de Souza apresentou o maior valor médio da cesta básica (R$ 987,17), enquanto Mato Leitão o menor valor (R$ 590,64). Diante disso, eram necessárias 179 horas de trabalho para adquirir a cesta básica em Marques de Souza e 107 horas em Mato Leitão. 

Nesses dois municípios ocorreu a coleta apenas num estabelecimento, então é possível que em outros locais os valores tenham diferenças significativas. Como exemplo, em Lajeado ocorreram 19 coletas de preços em diferentes locais, resultando na média da cesta básica de R$ 811,51 (menor valor R$ 534,30 e maior valor R$ 1.185,92). 

Para efeitos comparativos, a cesta básica em Porto Alegre, conforme o Dieese, no mês de novembro foi de R$ 768,82. Quanto à variação percentual do valor da cesta básica no mês de outubro em comparação a setembro, os aumentos ocorreram em todos os municípios pesquisados, ficando na faixa de 0,11% a 0,17%. 

Cesta básica média nos municípios pesquisados – outubro de 2022

Município — Média da Cesta Básica - R$

Anta Gorda — 838,44

Arroio do Meio  — 818,11

Boa Vista do Sul — 976,92

Bom Retiro do Sul — 670,87

Encantado — 669,09

Estrela — 808,69

Guaporé — 786,40

Imigrante — 608,78

Lajeado — 811,51

Marques de Souza — 987,17

Mato Leitão — 590,64

Muçum — 877,74

Poço das Antas — 800,39

Teutônia — 686,29

Triunfo — 704,92

Divulgação/Acervo pessoal

Ação de educação financeira

Além desta atividade de verificação da inflação e do custo da cesta básica, os estudantes realizaram ações de educação financeira aproximando o conhecimentos de finanças pessoais a grupos de pessoas das comunidades. Foram realizadas 23 ações dessa natureza, abrangendo 267 pessoas ao longo do semestre. 

A estudante lajeadense Maria Helene Bianchini, do curso de Administração de Empresas, está no começo do curso e avalia a atividade como importante para a sua formação. “No momento em que o professor Samuel explicou e disponibilizou a atividade, senti que seria desafiadora, mas eu sempre gostei de desafios”, explica ela. 

“Percebo que no momento em que o professor nos propõe interagir com empresas e pessoas e sair da nossa zona de conforto, pesquisar e desenvolver ações para que possamos auxiliar empresas e as nossas próprias finanças, estamos sendo inseridos no nosso futuro ambiente de trabalho. Acredito que neste momento percebemos que estamos conseguindo ajudar, tendo a nossa futura profissão como base”, argumenta ela. 

“É difícil destacar somente um ponto como positivo, pois na minha opinião todos os processos de desenvolvimento da atividade foram muito importantes e extremamente positivos para que a atividade fosse realizada com êxito”, destaca a estudante.

Fique por dentro de tudo o que acontece na Univates, clique nos links a seguir e receba semanalmente as notícias diretamente no seu WhatsApp ou no Telegram

Logo ods