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Profissionais vinculados à Univates seguem nas ações psicossociais às vítimas da cheia do rio Taquari

Postado as 16/11/2023 13:02:09

Por Pietra Darde

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Natalia Nissen

A inundação que devastou o Vale do Taquari no início de setembro deixou um rastro inestimável, causando a perda de lares e empregos. Além dos danos materiais, enfrentar uma tragédia desse porte também desencadeou inúmeras questões ligadas à saúde mental. 

Em resposta a essa crise, a Universidade do Vale do Taquari - Univates, em parceria com a Rede de Atenção Psicossocial (RAP), a 16ª Coordenadoria Regional de Saúde, a Universidade La Salle de Canoas e prefeituras locais, mobilizou centenas de voluntários para fornecer atendimento urgente às vítimas. Agora, são dois meses após o desastre, a Universidade continua a desempenhar um papel fundamental, compondo o grupo que tem articulado com os municípios o apoio psicossocial contínuo às pessoas afetadas e não mais emergencial.

Segundo Gisele Dhein, professora do curso de Psicologia da Univates, referência da Universidade para a articulação com o estado nas demandas psicossociais, o atendimento inicial às vítimas foi de caráter emergencial e estava aberto a qualquer pessoa disposta a ouvir as pessoas afetadas. Por essa razão, logo após a ocorrência da enchente, a Univates, em colaboração com outra instituição de ensino superior e diversas entidades, capacitou centenas de voluntários para atuarem nas cidades afetadas e oferecerem esse suporte emergencial, atuando em favor da minimização do sofrimento dos envolvidos. O objetivo dos primeiros socorros psicológicos, como são conhecidos esses processos emergenciais, é restaurar o equilíbrio emocional, auxiliando as pessoas a tomar medidas concretas para lidar com a crise. 

Divulgação/

Durante essa fase inicial, de acordo com a professora, as redes de saúde dos municípios desempenharam um papel fundamental na garantia da eficácia do trabalho voluntário, direcionando a equipe para as áreas mais necessitadas, conforme as orientações de profissionais de referência em cada município. 

A equipe de voluntários capacitados e coordenados pela Univates e a RAP esteve em ação até o dia 18 de setembro. Desde então, a prestação de serviço psicossocial continuou, mas contando também com o apoio da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) e profissionais dos governos estadual e federal, por intermédio da Secretaria Estadual de Saúde (SES), do Centro Regional de Referência em Saúde do Trabalhador da Região dos Vales (Cerest/Vales) e da Frente Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), e outros departamentos do Ministério da Saúde.

Atualmente, cerca de dois meses após a tragédia, as ações têm ocorrido em território, ou seja, nas próprias comunidades atingidas. Além das equipes dos municípios, está ocorrendo, inclusive, a ampliação de equipes de atenção à saúde, em resposta à iniciativa do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, que, ao analisar os relatórios da Defesa Civil e compreender a gravidade da situação, como a necessidade de fortalecer o apoio psicossocial às famílias afetadas pela enchente, implementou uma política pública que visa oferecer assistência psicossocial a essas famílias.

A Portaria da Secretaria Estadual de Saúde nº 860/2023, publicada em 18 de setembro de 2023, destinou recursos financeiros para contratação de equipe multidisciplinar de saúde mental. Existe a possibilidade de continuidade das ações por meio da adesão dos municípios às equipes eMulti. O governo federal tem dado prioridade à implementação das equipes dos municípios afetados, conforme a Portaria GM/MS nº 635, de 22 de maio de 2023, que estabelece as diretrizes para custeio e implantação das equipes multiprofissionais, as eMulti. Clique aqui para ler mais sobre.

De acordo com a professora, o atendimento psicossocial atualmente acontece em uma abordagem coletiva, realizada nos próprios territórios, com o objetivo de ajudar as pessoas a reestabelecerem seus laços afetivos e conexões com as comunidades onde vivem. "Neste momento, é crucial que as pessoas escutem e acolham o sofrimento das vítimas sem fazer julgamentos, pois é natural que essas emoções ressurjam repetidamente. O medo de uma nova inundação, de perder tudo novamente e de não superar esses desafios, entre outros sentimentos, são reações esperadas. É importante que as pessoas próximas também fiquem atentas aos comportamentos das vítimas", ressaltou Dhein.

Divulgação/Acervo pessoal

Estrutura montada emergencialmente logo após a cheia

Estrutura montada emergencialmente logo após a cheia

Além dos profissionais da Assistência Profissional em Saúde (APS) da Fundação Univates, estudantes dos cursos da área da saúde da Univates também desempenham um papel significativo no atendimento em seus locais de estágio, como no Serviço Univates Psicologia (SUP) e nos serviços de saúde pública das cidades.

Conforme a professora, que participa semanalmente de reuniões com o governo do estado, a Univates permanecerá à disposição para planejar e executar ações que possam ser articuladas com a instituição - ações que serão efetivadas apenas após pactuação com as gestões municipais e pelo governo estadual.