Coordenação: Ivan Cunha Bustamente Filho
Pesquisadores:Fundação Vale do Taquari de Educação e Desenvolvimento - FUVATES
A aplicação de marcadores moleculares no estudo dos fenômenos que regem a produção de mgametas e fertilização em animais domésticos vêm permitindo uma melhor compreensão dos mecanismos fisiopatológicos de condições clínicas que reduzem a fertilidade em animais. Tal compreensão permite, inclusive, transladar os dados dos modelos animais para a saúde reprodutiva humana, permitindo o desenvolvimento de novas ferramentas diagnósticas e estratégias de tratamento para a infertilidade de casais que buscam auxílio médico para a conceber. Nosso grupo de pesquisa vem estudando nos últimos anos a proteômica do sêmen suíno com o objetivo de identificar proteínas associadas a diferentes condições como: (a) resistência e viabilidade espermática após refrigeração do sêmen; (b) degeneração testicular e epididimária por deficiência androgênica; (c) congelabilidade seminal e composição de diluentes;. Desta forma, busca-se o desenvolvimento de técnicas mais apuradas de seleção e processamento seminal para a cadeia produtiva suína. Estes resultados poderão ser transladados para a espécie humana, viabilizando estudos focados na infertilidade idiopática masculina, uma vez que se acredita que muitos casos de infertilidade são causados por alterações nas proteínas presentes no plasma seminal e nos espermatozoides.
Sub projetosFundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul - FAPERGS
Um dos problemas recorrentes nas biotecnologias reprodutivas é a contaminação microbiana de gametas e embriões. Dada a natureza da atividade, as chances de contaminação de equipamentos, insumos e material biológico coletado por microrganismos é elevada. A adoção de boas práticas de manejo sanitário e laboratorial reduziram as chances de perdas de material genético em virtude de contaminação. Porém, tais mudanças não eliminaram a necessidade de fármacos antimicrobianos nos diluentes de doses de sêmen e meios de cultura de oócitos e embriões. Tal prática é associada ao desenvolvimento de microrganismos com resistência a antimicrobianos, trazendo sérios riscos para saúde animal e humana. Tentativas de substituir antibióticos convencionais para a preservação de sêmen e embriões variam desde o uso de substâncias antimicrobianas alternativas, como peptídeos, fitoextratos ou nanopartículas, no entanto, nenhum desses conceitos se mostrou viável. Com o desenvolvimento de tecnologias in silico, a triagem de novas moléculas para desenvolvimento de fármacos foi facilitada e acelerada. Desta forma, o presente projeto visa realizar a prospecção, design racional e produção de novos peptídeos antimicrobianos utilizando ferramentas de bioinformática e biologia molecular; além de testar e validar as moléculas candidatas em meios de manipulação e preservação de gametas e embriões de suínos e bovinos visando substituir e/ou reduzir a adição de antimicrobianos. A presente proposta traz a colaboração entre sete pesquisadores doutores de quatro Universidades do Rio Grande do Sul e São Paulo, contando ainda com a colaboração da Universidade de Bolonha (Itália). Além dos avanços científicos em biotecnologia reprodutiva animal e produção de recursos humanos qualificados, este projeto pode resultar no registro de patentes que, por transferência tecnológica, podem rapidamente dar retorno e benefícios à sociedade.