Coordenação: Liana Johann
Pesquisadores:
Fundação Vale do Taquari de Educação e Desenvolvimento - FUVATES
Para o pleno funcionamento de um programa de controle biológico é recomendado conhecer os inimigos naturais, nativos ou exóticos, sua capacidade de aptidão e funcionalidade sobre um determinado grupo de pragas que deseja controlar. Inúmeros estudos em laboratório são necessários antes e depois da multiplicação destes inimigos naturais. Outro fator imprescindível para a implementação do programa é que os inimigos naturais que serão liberados suportem as condições do ambiente e consigam multiplicar-se na lavoura-alvo. Há, ainda, fatores que podem alterar a efetividade de um programa de controle biológico, como a utilização simultânea de agroquímicos. Sendo assim, para a implantação de programa de controle biológico torna-se essencial a seleção de raças de predadores resistentes aos agrotóxicos utilizados nos sistemas agrícolas e avícolas, e que sejam capazes de controlar de forma efetiva e constante as espécies pragas. Para isso, o presente projeto tem por objetivo: identificar diferenças morfológicas, molecular e biológicas das principais espécies fitófagas, hematófagas e predadores dos sistemas agrícolas e avícolas, relacionando à resistência aos agrotóxicos. Além disso, objetiva reconhecer a variabilidade morfológica e molecular das espécies fitófagas, hematófagas e predadoras selecionadas; verificar a existência de resistências de fitófagos, hematófagos e predadores aos principais agrotóxicos utilizados no sistema agrícola e avícola; relacionar a variabilidade morfológica e molecular com as características de resistência; conhecer os diferentes potenciais de predação das espécies oriundas de diferentes sistemas de cultivo, relacionando a variabilidade morfológica, molecular e de resistência; e identificar populações de predadores mais aptas para uso em programas de controle biológico.
Sub projetosConselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
O conhecimento da diversidade de artrópodes no Pampa e suas associações ecológicas é insipiente, por outro lado sua flora é riquíssima e apresenta diferentes potencialidades biológicas. Tal fato, pode contribuir para a conservação de espécies endêmicas e ameaçadas neste bioma, como é o caso da Hesperozygis ringens (Benth.) Epling. O uso de Óleo Essêncial (OE) dessa planta pode ser considerado uma alternativa sustentável para o manejo de artrópodes. Dentre os artrópodes, as formigas-cortadeiras são os principais agentes nocivos em florestas naturais e cultivadas, ao mesmo tempo, desempenham múltiplos serviços ecossistêmicos. Diante dessas informações, o presente trabalho tem por objetivo conhecer a fauna de artrópodes que está associada a três áreas com populações H. ringens no bioma pampa e verificar se o OE desta planta possui o efeito de repelência sobre formigas cortadeiras. Para tanto, serão coletados artrópodes presentes nestas populações da planta no município de São Francisco de Assis/RS, bem como formigas cortadeiras do gênero Acromyrmex em fragmentos florestais no do Vale do Taquari/RS. Os artrópodes coletados serão identificados em laboratório com uso de estereomicroscópio e chaves dicotômicas. As formigas cortadeiras em especial, serão submetidas a testes preliminares de toxicidade (fumigação e de contato) ao OE da planta e posteriormente, através de olfatometria, serão submetidas ao teste de repelência. O estudo espera comprovar a ação de repelência do OE de H. ringens sobre formigas cortadeiras e contribuir para o conhecimento da fauna de artrópodes associados a esta planta no bioma pampa, instigando o surgimento de novas pesquisas focados nos mecanismos de resistência que envolvem estes animais que permanentemente estão em contato com OE em seu ambiente natural.
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Este trabalho tem por objetivo avaliar a variabilidade morfológica, molecular e de potencial de predação de dez população de Phytoseiulus macropilis do Rio Grande de Sul, alimentando-se de Tetranychus urticae. Para isso, dez fêmeas, de cada população, terão seus principais caracteres morfológicos medidos, com auxílio de microscópio óptico com contraste de fase. Outras dez fêmeas terão dois fragmentos do seu DNA nuclear e mitocondrial extraídos e sete microssatélites amplificados para avaliação das alterações genotípicas entre as populações. Para a avaliação do potencial de predação, dez fêmeas serão isoladas de cada população, sendo mantidas em arenas com fêmeas, imaturos e ovos de T. urticae. Serão avaliados o número de fêmeas, imaturos e ovos predados, além do número de ovos postos e viáveis dos predadores. Os dados obtidos em todos os experimentos serão correlacionados, buscando-se identificar uma população de P. macropilis mais adequada para controle de T. urticae no estado do Rio Grande do Sul.