Professores integram grupo internacional de pesquisa sobre Zika vírus
Postado em 03/03/2017 08h23min
Por Artur Dullius
Preocupados com os impactos causados pela influência do Zika vírus no seres humanos, pesquisadores criaram um grupo de pesquisa a fim de buscar aprofundamento em diferentes aspectos a respeito da doença. O projeto intitulado “Zika Vírus: uma abordagem translacional - infecções congênitas em humanos e modelos experimentais in vitro e in vivo” conta com a participação de 29 docentes universitários.
No total são mais de 20 instituições parceiras , entre universidades e institutos de pesquisa de nove diferentes países. Por meio do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec), a Univates participa do projeto com os professores Lucélia Santi e Walter Beys da Silva. “Nossa participação na pesquisa será referente à análise molecular do processo, envolvendo a identificação e a caracterização das proteínas relacionadas com a infecção causada pelo vírus em diversos modelos”, explica Beys da Silva.
O projeto, com orçamento inicial de mais de R$ 2 milhões, foi aprovado no mês de dezembro de 2016 e deve abranger diversos aspectos no estudo da doença. Devido ao grupo pesquisadores das mais diversas áreas, temas relacionados ao comportamento do vírus, identificação de possíveis marcadores da infecção e da evolução da doença, assim como potenciais alvos terapêuticos, devem ser discutidos. “O trabalho envolve todo o acompanhamento clínico e molecular para que se possa entender as diferentes etapas do processo infeccioso e da doença”, lembra Lucélia.
Atualmente o grupo trabalha com diferentes modelos experimentais para o estudo da infecção, além de pacientes. Conforme o professor da Univates, os primeiros resultados devem ser alcançados até o final deste ano. “Como a epidemia é recente e muito impactante, são necessárias intensa análise e discussão dos resultados para contribuir efetivamente no entendimento da doença. Trabalhar nesse grupo é algo muito gratificante e de imensa responsabilidade, não só pelo tema, mas pela quantidade de pesquisadores de impacto internacional em suas respectivas áreas de atuação integrando o grupo”, afirma Beys da Silva.
Segundos os professores, são utilizadas plataformas on-line para a troca de informações e encontros periódicos para discussão da pesquisa. “Somos pesquisadores jovens e será um desafio corresponder ao que esses profissionais com muito mais experiência esperam de nós. Além disso, o contato com cientistas de diferentes áreas e instituições cria a oportunidade para novas colaborações e pesquisas aqui na Univates”, conclui Lucélia.
Sobre o Zika
O vírus Zika é transmitido por meio da picada do mosquito Aedes aegypti, que se prolifera nos locais onde se acumula água. A principal ação de combate ao mosquito é evitar sua reprodução. Na maioria dos casos, a pessoa infectada não apresenta nenhum sintoma. Em alguns casos, o Zika pode provocar paralisia (síndrome de Guillain-Barré). Em mulheres grávidas, pode causar defeitos congênitos subsequentes no feto, como a microcefalia.
Texto: Artur Dullius
Artur Dullius