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Pesquisa avalia índice de cobre na produção de uva orgânica

Postado em 29/08/2017 08h51min

Por Artur Dullius

Diariamente, nosso corpo exige uma ingestão regular de cobre na dieta para se manter saudável. Um regime equilibrado situa-se entre 2,0 e 5,0 mg/dia. A ingestão fora desses limites pode incorrer na chamada hipocupremia (falta de cobre) ou na hipercupremia (excesso de cobre), que podem levar ao surgimento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.
 
Dados avaliados por uma pesquisa realizada na Universidade do Vale do Taquari - Univates mostram que alguns alimentos podem apresentar uma quantidade de cobre que vai além do limite considerado ideal para o corpo humano, especialmente quando produzidos de forma orgânica. “A fruta produzida organicamente não permite a utilização de agrotóxicos, com exceção do sulfato de cobre em meio ao cal, que também é conhecido como calda bordalesa. Esse sulfato de cobre, por legislação, é o único que pode ser aplicado, sendo um fungicida potente, com alto teor de cobre. No entanto, é aplicado em maior quantidade para compensar a não utilização de outros agrotóxicos”, explica o pesquisador Wolmir Böckel. 
 
Já outro estudo, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Sistemas Ambientais Sustentáveis da Instituição, foi baseado no possível reaproveitamento do bagaço da uva produzido em cinco vinícolas da Serra Gaúcha. Segundo Böckel, após a produção de vinho e suco de uva, produtores buscam diferentes alternativas para o reaproveitamento do resíduo restante desse processo. As alternativas vão desde a produção de farinha até a utilização como adubo ou alimentação de animais. “A ideia era utilizar essa farinha como uma fonte alternativa de alimento, pois esse resíduo possui um nível alto de proteínas e fibras”, garante o pesquisador.
 
O estudo, no entanto, demonstrou que foram encontrados níveis de cobre 10 vezes superiores ao recomendado para uma dieta de ingestão diária. Isso impossibilita a reutilização desse bagaço para a produção de farinha e para a alimentação animal. Além disso, o pesquisador alega que, quando utilizado no solo, como adubo orgânico, o bagaço também pode ser prejudicial, devido ao efeito produzido por lixiviação. “É quando a água da chuva pode arrastar os metais até as fontes hídricas, contaminando a água”, explica Böckel.
 
Segundo o pesquisador, enquanto não for feita a retirada do cobre dessas possíveis fontes alternativas de alimento, torna-se inviável o seu reaproveitamento. Ele garante que já existem procedimentos e técnicas que permitem essa retirada, no entanto, lembra dos investimentos necessários para essa implementação. “Aí surge uma outra questão, que é a análise de até que ponto isso é viável financeiramente para cada produtor”, conclui. O estudo ainda será ampliado, contemplando a análise de fungicidas em produtos hortifrutigranjeiros produzidos de forma orgânica e convencional. 
 
Inscrições abertas
A Universidade do Vale do Taquari - Univates recebe inscrições, até o dia 29 de setembro, para o processo seletivo do mestrado do Programa de Pós-Graduação em Sistemas Ambientais Sustentáveis (PPGSAS). Neste edital são disponibilizadas 23 vagas, em regimes intensivo e regular, distribuídas nas duas linhas de pesquisa: Tutela Jurídica Ambiental e Sustentabilidade da Cadeia Produtiva. As inscrições podem ser realizadas de forma on-line, em www.univates.br/ppgsas/processoseletivo. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail ppgsas@univates.br.
 
Texto: Artur Dullius
Estudo foi baseado na produção de cinco vinícolas da Serra Gaúcha

Paula Mallman

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