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Realidade Virtual e Fisioterapia: uma relação que dá certo

Postado em 02/05/2018 16h42min e atualizado em 11/09/2019 17h51min

Por Artur Dullius

Do que a tecnologia é capaz? Talvez essa seja uma pergunta sem resposta, ou então seja mais fácil falarmos do que ela não é capaz. O certo é que se torna difícil mensurar todos os impactos causados por ela. O que sabemos é que, de uma forma ou de outra, independente da área a que se refere, o ser humano sempre será impactado pelas suas transformações.

Ela já está aí e sabemos que não há como fugir. Em um piscar de olhos ficamos dependentes de algo que se renova a todo momento. Se pararmos para pensar, podemos dizer que foi ela a grande responsável por facilitar a comunicação entre as pessoas. Mas, por outro lado, também é apontada como culpada por enfraquecer as relações entre as pessoas. Estranho, não é mesmo?

A cada dia, novas possibilidades surgem por meio da tecnologia e resta a nós sabermos aproveitá-las da melhor forma. A Realidade Virtual, por exemplo, uma das mais recentes e emergentes tecnologias, já é foco de muitas discussões. Enquanto algumas pessoas ainda desconhecem as suas funcionalidades, outras já a utilizam a favor da aprendizagem.

Mas o que de fato é a RV?

Caracterizada por fazer uso de ambientes virtuais imersivos, nos quais os usuários podem interagir e “viver” um verdadeiro mundo à parte, a Realidade Virtual proporciona a vivência de experiências diferenciadas, permitindo a navegação e a imersão em cenários distintos. Para criar a sensação de realidade, é necessário, no entanto, o uso de alguns dispositivos. Os óculos Rift são um exemplo de dispositivo utilizado, mas, claro, existem diversos modelos.

Dentre as diferentes utilidades uma das primeiras áreas a se beneficiar foi a de ensino, especificamente com simuladores de voo. Com a utilização da RV inúmeros cenários podem ser simulados e executados repetidas vezes, por diversas pessoas. Assim, se torna um meio barato e aumenta consideravelmente as possibilidades de treino, sem risco ao participante. Além disso, atualmente ela também ganha força com a utilização de simuladores da área naval e da saúde (para realização de procedimentos médicos).

A RV na saúde

Artur Dullius

Na saúde sua aplicação acontece em diferentes momentos, seja para a prevenção de enfermidade ou então para a recuperação delas. Cada vez mais aplicativos são desenvolvidos, em uma forma de unir as áreas da saúde e de tecnologia da informação. A Laparoscopia (procedimento cirúrgico) pode ser um grande exemplo de utilização da Realidade Virtual no ensino em saúde.

A realização desse tipo de procedimento exige um cuidado minucioso, tanto do corpo humano, dos equipamentos utilizados quanto da técnica empregada. Atualmente os alunos de medicina ou descobrem e experimentam isso na prática (diretamente com o paciente) ou então a utilização da Realidade Virtual/Aumentada, que provê um ambiente seguro de simulação para os alunos em seu aprendizado.

Além disso, a anatomia, como ciência básica, é uma das primeiras disciplinas cursadas por estudantes da área da saúde. O estudo dos ossos marca o contato inicial do acadêmico com essa nova área da ciência, e por isso é comum que apresentem dificuldades na aprendizagem.

Já em funcionamento

Nesse contexto podemos citar o aplicativo Esqueletek, que possibilita, com o uso de um smartphone e um óculos de Realidade Virtual, visualizar  três estruturas ósseas: o crânio, a caixa torácica e o braço. Guiado por um cursor central no cenário, o programa garante ao usuário a identificação do nome de cada osso, rotacionando os elementos livremente.

Artur Dullius

Ele foi desenvolvido por um estudante de Engenharia da Computação da Universidade do Vale do Taquari (Univates). “Para desenvolver algo voltado à estrutura óssea, tive que buscar livros sobre o assunto e encontrar objetos 3D em formato compatível com o projeto, integrando os conhecimentos de informática a uma área que até então pouco conhecia”, explica o acadêmico.

Professor do curso de Fisioterapia da Universidade, Eduardo Sehnem diz que atualmente avanços significativos na ciência ocorrem somente mediante a integração entre diferentes áreas. Para ele, a área da saúde como um todo depende muito das áreas tecnológicas para progredir em alguns campos.

A imersão do estudante em um ambiente simulado contribui diretamente para que ele foque no objeto de estudo. Nossos estudantes são diferentes daqueles de uma década atrás. Estimulá-los pelas novas tecnologias em ambiente de aula contribui para a formação de um vínculo mais forte com suas realidades, dando significado à aprendizagem
Eduardo Sehnem, professor do curso de Fisioterapia da Univates