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Iniciativa realiza ações para a educação patrimonial

Postado em 09/05/2018 12h49min e atualizado em 09/05/2018 16h40min

Por Nicole Morás

Por meio de ações de educação patrimonial, o projeto de extensão “Patrimônio Vivo”, realizado pela Universidade do Vale do Taquari, visa a contribuir para práticas de preservação, salvaguarda e valorização do legado histórico, com ênfase nas edificações arquitetônicas e sua relação com a tradição cultural no Vale do Taquari. Coordenada pela professora Jamile Weizenmann, do curso de Arquitetura e Urbanismo, a iniciativa envolve parceria com prefeituras da região e atividades com grupos organizados e deve culminar com a realização de ações como a “Caminhada do Patrimônio”. A equipe do projeto é composta ainda pelas bolsistas Djulia Marder e Laiane Lengler e pelo professor do curso de História Tiago Weizenmann.

Jamile explica que o projeto surgiu da necessidade de se trabalhar a educação patrimonial e da importância de haver dados organizados sobre o patrimônio da região. Além disso, o pouco conhecimento sobre o patrimônio e a falta de ações regionais nesse âmbito foram motivadores.

Nas aulas, os próprios estudantes trazem casos de suas cidades, mas não tínhamos como intervir em cada caso particular. A questão de patrimônio e preservação deve ser uma ação mais ampla. Por isso, é importante a organização do trabalho e das iniciativas voltadas à educação patrimonial, o que constitui um movimento da Universidade em contribuir para o desenvolvimento regional, já que existe um grande potencial turístico com a criação de rotas que aliam o patrimônio edificado, a exemplo do que já ocorre com o Caminho dos Moinhos
Jamile Weizenmann

Marcelo Petter

Inicialmente, o trabalho será desenvolvido em parceria com os municípios que constituem o Consórcio Intermunicipal de Assuntos Estratégicos do G8 (Cipae G8) - grupo formado por Boqueirão do Leão, Canudos do Vale, Cruzeiro do Sul, Forquetinha, Marques de Souza, Progresso, Santa Clara do Sul e Sério.

A ideia do projeto é trabalhar com grupos organizados nos municípios, como grupos de jovens, clubes de mães, grupos de danças, associações de bairros, grupos de idosos, entre outros, já que eles possuem muita história e conhecimentos da cultura e da tradição do lugar. Com base no que for levantado na comunidade por meio da relação dialógica entre Universidade e comunidade serão elaborados materiais de síntese, como mapas, painéis e folhetos com a identificação do patrimônio. O material digital produzido será divulgado nos municípios.

Marcelo Petter

Segundo Jamile, nesse projeto, o foco é abordar o patrimônio material, edifícios construídos que representam as imigrações alemã e italiana e também o patrimônio imaterial, como costumes, pois eles são importantes para entender a história da região. “Foi possível identificar construções com mais de um século que carregam muitos valores arquitetônicos e históricos. Já percebemos que cada município tem suas características e sua história”, explica.

O contato inicial tem sido realizado com as secretarias de cultura, turismo e educação dos municípios do G8. Busca-se entender o que os participantes entendem por educação patrimonial e os conceitos são apresentados de forma lúdica.

Após as oficinas e o estudo dos dados, uma segunda etapa prevê o retorno da equipe do projeto à comunidade para apresentar as percepções do patrimônio identificado. “Por exemplo, se identificarmos alguma tradição cultural e edifícios de interesse histórico em um determinado município, talvez seja um indicativo para que as prefeituras possam planejar oficinas e aliá-las ao turismo”, destaca a coordenadora o projeto. Uma das ideias, segundo Jamile, é realizar uma caminhada em que o percurso contemple a visita aos pontos mapeados em que há edificações e representações do patrimônio material.

No curso de Arquitetura e Urbanismo, a temática é abordada em duas disciplinas, e o projeto de extensão é uma oportunidade para os estudantes ampliarem o conhecimento na área, além de analisarem questões sobre memória e aprendizagem. “Assim, o estudante tem formação integral, já que irá trabalhar com os grupos nos municípios, apresentando conceitos e aprendendo para levar o conhecimento da comunidade para a Universidade e vice-versa. Temos que ter em mente o objetivo da Extensão Universitária, em que o nosso estudante é fundamental nas ações e vivencia experiências de aprendizagem para além da sala de aula vivenciando a cada momento um novo conhecimento e desenvolvendo habilidades importantes para sua formação pessoal e profissional”, explica Jamile.

Divulgação

Estudantes interessados em participar do projeto como voluntários podem obter mais informações pelo e-mail patrimoniovivo@univates.br. Na foto, a equipe do Projeto de Extensão com a  arquiteta da Secretaria de Estado da Cultura, Mirian Sartori Rodrigues, que palestrou na Univates e é madrinha do projeto. 

Forquetinha

Divulgação

O primeiro município contatado pela equipe do projeto foi Forquetinha, em reunião que ocorreu na última sexta-feira, 4, quando o município firmou parceria para a realização das atividades. De acordo com Jamile, uma primeira oficina deve ser realizada no final de maio e há um encontro agendado para o dia 3 de julho durante a reunião dos Conselhos de Agricultura e Cultura do município. “Nessas ocasiões serão realizadas oficinas, nas quais buscaremos entender o que os participantes compreendem como patrimônio no município. Após essa ação, iremos apresentar alguns conceitos e sintetizar informações que possam ajudar a montar o mapa do patrimônio do município”, explica a coordenadora do projeto.

Participaram da reunião da última sexta-feira a coordenadora do projeto de extensão; o professor colaborador Tiago Weizenmann; a secretária de Educação, Cultura, Turismo e Desporto de Forquetinha, Aline Bianchetti Huppes; o secretário da Administração, Fazenda e Finanças de Forquetinha, Roberto Luis Muller; e a coordenadora pedagógica da Secretaria de Educação de Forquetinha, Silvia Regina Pedrotti.

Caminho dos Moinhos, um exemplo

De acordo com Jamile, o Caminho dos Moinhos contempla os municípios de Anta Gorda, Arvorezinha, Ilópolis e Putinga e é um exemplo de iniciativa voltada à preservação patrimonial. A Rota Turística é integrada pelo Moinho Colognese, em Ilópolis; os Moinhos Vicenzi e Dallé, em Anta Gorda; o Moinho Marca, em Putinga; e os Moinhos Fachinetto e Castaman, em Arvorezinha.

Nelson Kon/Arch Daily

Museu do Pão no Caminho dos Moinhos