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Tuane Eggers

Doutorado-sanduíche contribui para a formação de pesquisadores e internacionalização da pesquisa

Postado em 11/07/2018 14h39min e atualizado em 11/07/2018 15h18min

Por Nicole Morás

A realização do doutorado sanduíche auxilia a desenvolver o conhecimento e também permite o contato com diferentes práticas de investigação, o que contribui para a formação de pesquisadores. No Brasil, o Programa de Doutorado-sanduíche no Exterior (PDSE) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) é um dos principais incentivos para a formação de recursos humanos de alto nível. Na Universidade do Vale do Taquari - Univates, desde 2014, discentes dos Programas de Pós-Graduação têm se candidatado ao Programa e, assim, participado de ações de internacionalização.

Nicole Morás

Uma das doutorandas a realizar pesquisas no exterior em 2017 por meio do PDSE é Luzia Klunk (ao lado), do PPG em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD) da Univates. Pelo período de quatro meses, ela realizou doutorado-sanduíche no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, em Portugal. Lá Luzia buscou fazer um comparativo da legislação dos dois países, Brasil e Portugal, no âmbito da educação ambiental, bem como traçar o histórico da institucionalização da educação ambiental, que está garantida legalmente nas duas Constituições, é uma política pública e está incluída nas diretrizes e bases da educação formal em ambos os casos. Portanto, embora criadas em diferentes épocas, as atuais prerrogativas legais e institucionais na área da educação ambiental nos dois países se aproximam.

Divulgação

A doutoranda acompanhou uma saída de campo do Projeto Rios em Portugal e realizou entrevistas.

O Projeto Rios se assemelha ao Cultivando Água Boa, objeto de investigação da tese, situado na Bacia Hidrográfica do Paraná III, no Brasil, pois são programas de educação ambiental na perspectiva não formal. Fez-se um comparativo entre os projetos. Em Portugal utiliza-se o termo “ambiente” e busca-se um equilíbrio ecológico. No Brasil, utilizam-se os termos “meio ambiente” e “socioambiental” e busca-se a integração sociedade e natureza. Isso porque em Portugal o enfoque é a conservação da natureza e no Brasil é a articulação dos múltiplos processos que integram o ambiente. Concluiu-se que, embora existam essas peculiaridades dos países, os projetos colocam em prática as seguintes diretrizes da educação ambiental: gerar participação, possibilitar o exercício da cidadania e valorizar saberes locais
Luzia Klunk

Para a doutoranda, que não havia feito intercâmbio durante a graduação ou o mestrado, o período no exterior auxilia muito na formação de pesquisadores, porque permite conhecer como a pesquisa é feita em outros ambientes. “No meu caso, neste tema de pesquisa, percebi uma tendência do tratamento de dados em Portugal ter um viés quantitativo, pois trabalham muito com gráficos e tabulações a partir de dados coletados no país. No Brasil, em virtude da extensão geográfica, torna-se mais difícil coletar dados em todo o território nacional, apostando-se mais nas análises pontuais qualitativas. Também auxilia porque são obtidos dados de outro país, o que torna a pesquisa mais interessante e aumenta a chance de publicação de bons artigos científicos”, salienta.

Luzia destaca que a orientação da professora da Universidade de Lisboa e o acesso aos materiais disponíveis nas bibliotecas, bem como a investigação em campo, foram fundamentais para o aprofundamento do tema de sua pesquisa de doutorado. “Perceber como o tema é tratado em outro país é muito relevante para o enriquecimento da tese”, explica, acrescentando que os dados coletados durante o doutorado-sanduíche geraram um artigo, produzido juntamente com as orientadoras do exterior e do Brasil, que foi enviado a uma revista científica com qualis superior nas áreas de Ciências Ambientais e Educação. A pesquisa da doutoranda é orientada pela doutora Jane Márcia Mazzarino, com coorientação da doutora Luciana Turatti. Em Portugal, a orientação ficou a cargo da doutora Luísa Schmidt.

Confira os discentes da Univates que já participaram do PDSE

2014 - Carlos Candido da Silva Cyrne - PPGAD, Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha;

2015 - Marliza Beatris Reichert - PPGAD, Universidade Bodenkultur, na Áustria;

2017 - Anny Kariny Feitosa - PPGAD, Universidade de Aveiro, em Portugal;

Darliane Evangelho Silva - PPGAD, Instituto Politécnico de Viana do Castelo, em Portugal;

Fernanda Schneider - PPGAD, Universitat Autònoma de Barcelona (UAB), na Espanha;

Luiza Klunk - PPGAD, Universidade de Lisboa, em Portugal.