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XX Congresso Gaúcho de Educação Médica segue até sábado na Univates

Postado as 2018-08-10 10:55:53

Por Elise Bozzetto/Nicole Morás

O futuro da profissão e o papel dos professores na formação dos médicos são os temas que norteiam as atividades da 20ª edição do Congresso Gaúcho de Educação Médica (XX CGEM), que a Universidade do Vale do Taquari - Univates sedia até o próximo sábado, dia 11. O evento reúne acadêmicos, professores e profissionais da área da saúde de todo o Estado.

Elise Bozzetto

Na noite da quinta-feira, 09, durante a palestra “A inteligência artificial no mundo contemporâneo: estamos influenciando as pessoas?”, Fábio Gandour, que é membro da IBM Academy of Technology e da New York City Academy of Sciences, apresentou os conceitos das palavras medicina e saúde.

“Enquanto saúde é um conceito do coletivo, com foco na população, a medicina tem o foco no individual. Quem está doente quer um médico, quer um tratamento, não está preocupado com a saúde de seu bairro
Fábio Gandour

Gandour ainda trouxe um dado preocupante: a cada minuto, três brasileiros morrem em hospitais por falhas dos mais diversos tipos. Para ele, a tecnologia não é uma panaceia, mas mudou a ordem da evolução humana. “Darwin determinou em sua teoria da evolução que o mais apto, aquele que melhor de adapta às mudanças, é o que sobrevive. E esse indivíduo tem a capacidade de transmitir seu patrimônio genético, fortalecendo sua comunidade. A medicina, por meio da tecnologia, atrapalhou a evolução natural. Hoje as pessoas não morrem por estarem menos aptas a viverem no ambiente”, ponderou. Segundo ele, a teoria de Darwin não serve mais para balizar a evolução humana, e a tecnologia ocupou esse lugar. “É a tecnologia que está conduzindo a evolução da espécie humana. A tecnologia interfere muito mais na evolução de nossa espécie do que as leis de Darwin”, afirmou.

Gandour ainda apontou alguns caminhos que o homem deve percorrer no transumanismo, acoplando máquinas em seu próprio corpo, mas desmistifica a ideia de que as máquinas irão dominar o mundo. “Ainda não existe um sistema capaz de produzir resultados contínuos baseados em cognição. Não existe um sistema que seja capaz de fazer um plano complexo”, ressaltou. Para o cientista, não há como saber se o futuro será melhor. “A única certeza que se tem sobre o futuro é que estamos caminhando para ele”, finalizou.

Elise Bozzetto

A noite de abertura teve ainda palestra sobre suicídio entre estudantes do curso de Medicina com a psiquiatra Alexandrina Maria Augusta da Silva Meleiro, da Universidade de São Paulo.

A programação segue até sábado, dia 11, com palestras no turno da manhã e mesas-redondas à tarde, além de apresentação de pôsteres. Dentre os assuntos abordados estão a saúde mental de discentes e docentes nas escolas médicas, a situação da Medicina nas regiões de fronteira do Brasil, a utilização das novas tecnologias em sala de aula e a inserção das humanidades nos novos currículos médicos.