Laboratório de Análises Clínicas Univates apoia transplante raro realizado no Hospital Bruno Born
Postado as 28/05/2019 08:52:51
Por Isabel Pavan
Isabel Pavan
Na tarde da última sexta-feira, dia 24, uma funcionária e residente do Hospital Bruno Born (HBB) e duas estudantes de Medicina da Univates realizaram o preparo de material utilizado em um transplante de microbiota fecal. Esta é a segunda vez que o hospital, em parceria com o Laboratório de Análises Clínicas (LAC) Univates, realiza o procedimento. O transplante é realizado com pouca frequência no Brasil e tem o objetivo de recolonizar a flora intestinal com bactérias que auxiliam na digestão, além de monitorar o desenvolvimento de microrganismos que causam doenças.
Artur Dullius
O primeiro transplante de microbiota fecal do Vale do Taquari foi realizado há aproximadamente meio ano e mostra resultados satisfatórios. Segundo o coordenador do LAC, Jairo Luís Hoerlle, esse tipo de transplante permite que o paciente restabeleça o equilíbrio de sua flora intestinal e melhore sua qualidade de vida. “Com essa parceria nós trouxemos algo que era inédito na região, mostrando como a Univates desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da saúde no Vale do Taquari”, ressalta.
As estudantes de Medicina da Univates Julia Rangel de Mello Affonso e Helena Oliveira Ederich participaram do preparo do material no laboratório. Esta é a primeira vez que Julia acompanha o processo e ela garante que é uma experiência importante “não apenas por ajudar alguém, mas também por poder participar e ver como funciona um procedimento que está começando a ser implantado na região”. Já Helena esteve presente também no ano passado. Ela comenta que para que o transplante pudesse ser realizado foi necessário muito estudo e dedicação dos profissionais da saúde. “A Univates nos deu a oportunidade de estarmos dentro do hospital, em contato com residentes e preceptores, que nos deram espaço para buscar soluções fora do senso comum”, revela Helena.
Isabel Pavan
Os conhecimentos adquiridos durante o curso, segundo Helena, foram importantes desde as pesquisas sobre o transplante até a preparação do material. “Foi por causa do UpToDate (uma ferramenta americana de pesquisa disponibilizada pela Univates) que identificamos que o transplante de microbiota fecal estava em alta, por isso pesquisamos e desenvolvemos formas de aplicar esse método”, explica. Também participaram de etapas do procedimento o preceptor da equipe, o médico Lucas Pereira Mallmann, doutorandos que realizam estágio obrigatório no HBB, além de toda a equipe do hospital.
Residente do HBB, Mônica Ribeiro de Campos explica que o transplante é realizado nos casos de colite pseudomembranosa, uma doença causada por bactérias no intestino. Após os dois procedimentos, Mônica tem a esperança de realizá-los com mais frequência, por ser um tratamento mais econômico que o convencional, com antibióticos, e ter efeitos colaterais mínimos. “Além dos casos dessa doença, profissionais estudam a possibilidade de utilizar o transplante de microbiota fecal também em outros casos, por exemplo em pacientes neurológicos, com deficiências ou diabetes”, conclui.