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Univates e 16ª Coordenadoria Regional de Saúde realizam evento inédito sobre saúde de adolescentes

Postado as 14/06/2019 13:42:29

Por Natália Bottoni

Vanessa Vilante

De terça a quinta-feira, dia 13, a Univates realizou a II Mostra de Saúde de Adolescentes e Programa Saúde na Escola (PSE), em parceria com a 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS). Participaram do encontro cerca de 2.700 adolescentes, profissionais da área da saúde, estudantes, professores e gestores de saúde, que discutiram questões relacionadas à saúde de adolescentes.

Conforme a professora do curso de Enfermagem da Universidade Cássia Regina Gotler Medeiros, o evento é inédito. “A Univates ofereceu um espaço conjunto em que profissionais, professores, adolescentes e estudantes compartilharam conhecimentos relacionados à saúde. Os adultos ouviram os adolescentes, escutaram seus pontos de vista sobre determinadas questões e entenderam as suas necessidades de cuidado e atenção”, conta.

Projeto Acolher

Natália Bottoni

A fim de estimular a interação dos adolescentes com profissionais da área, na tarde de quinta-feira, dia 13, os jovens das escolas participantes apresentaram de que forma cuidam da própria saúde e quais suas preocupações e inquietações. Uma das iniciativas expostas à plateia foi o Projeto Acolher, idealizado pela Escola Estadual de Educação Básica Érico Veríssimo, de Lajeado. Os autores da ideia são a orientadora educacional da escola, Ana Célia Pramio Thomas, as estudantes do 2o ano do Ensino Médio do colégio Laysa da Costa, Gisa Schmidt da Silva, Luana Achtenberg e Gabrieli da Silva e a direção da escola.

“As alunas tiveram a ideia de criar o projeto visando a estimular um olhar sensível diante de determinadas situações envolvendo estudantes na escola. Elas perceberam que muitos precisavam de um braço direito como ajuda para superar problemas internos ou externos ao colégio, vindos de relacionamentos familiares, amorosos ou do emprego. Para concretizar o plano, procuraram a direção do colégio, que apoiou a iniciativa”, comenta Ana.

Segundo Gisa, elas são amigas dos estudantes e os aconselham, envolvendo-se nas histórias e situações relatadas por eles. Há também os casos mais sérios, que são encaminhados aos serviços de saúde do município. Laysa relata que muitos estudantes as procuram pelas redes sociais, além do contato presencial. “É fundamental que uma escola apoie esse tipo de iniciativa. Os alunos ficam felizes com a nossa ajuda. Muitos dizem: ‘O que vocês estão fazendo é incrível’, e é mesmo”, conclui Laysa.

Uma das futuras ações do projeto é a atividade “Todo mundo é igual sendo diferente”. Serão realizadas dinâmicas em sala de aula para que os estudantes resolvam conflitos entre eles de forma amigável e não como confronto.

O objetivo é estimular a cultura da paz, porque é necessário haver o respeito nas diferenças entre colegas e entre aluno e professor. Afinal, o ambiente escolar não consiste em um local para se sentir inferior a ninguém, mas para que todos se sintam incluídos
Estudante do 2º ano do Ensino Médio da Escola Estadual de Educação Básica Érico Veríssimo, Gisa Schmidt da Silva

De acordo com a aluna, a II Mostra de Saúde de Adolescentes e Programa Saúde na Escola vai ao encontro do projeto. “Foi ótimo ter um espaço para falar sobre assuntos ‘tabus’ de forma aberta com a comunidade escolar e acadêmica. Também conseguimos solucionar nossas dúvidas diante dessas questões”, finaliza Gisa.

Protagonismo na adolescência

Natália Bottoni

Cássia explica que a Política Nacional de Atenção à Saúde Integral de Adolescentes e Jovens, instituída pelo Ministério da Saúde, aponta a importância do protagonismo do adolescente com a sua própria saúde. “Normalmente vemos ações e projetos em que os profissionais buscam refletir sobre o que é melhor para os adolescentes, porém não os incluem nas decisões. Aqui aconteceu o inverso, pois foi dada voz a eles”, garante. No evento foram abordados temas como sofrimento psíquico, bullying, exposição, violência e relações familiares fragilizadas.

Segundo o psicólogo e pós-graduando no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Univates Afonso Wenneker Roveda, o encontro foi um desafio a todos. “Os adolescentes nos questionaram e, ao mesmo tempo, ensinaram. Nós, profissionais da saúde, devemos estar abertos a escutar para que saibamos quais serão as nossas ações com esse público”, reconhece.

Promoção da saúde

Natália Bottoni

“Dias ricos”. Assim a psicóloga e coordenadora regional de saúde do adolescente da 16ª CRS, Gianine Sandri, define o evento. “Convidamos equipes de saúde dos municípios das regiões que a Coordenadoria abrange para que apresentassem as experiências executadas no PSE com os adolescentes nas escolas. Nas ações, elas abordaram assuntos como prevenção de violência e do uso de drogas, vacinação, cultura da paz e direito sexual”, relata.

Gianine justifica que é importante falar da saúde de crianças e adolescentes porque há uma cultura de trabalhar com essa temática somente quando já há uma doença instalada, “no entanto, a saúde vai muito além disso. É essencial falarmos sobre promoção e prevenção da saúde já nessa faixa etária, pois, para que um adulto saiba se prevenir de uma doença, deve já na adolescência desenvolver capacidade crítica de entender o que é a sua saúde e a importância de autoconhecer-se”, defende.

Para a profissional, os adolescentes comprovaram no evento o que muitas vezes a sociedade não quer enxergar.

Eles têm potencial para exercitar sua cidadania, com a mediação de um adulto muitas vezes, porém coletivamente estão mostrando que têm força, opinião e algo a dizer sobre a sua saúde. Além disso, estão dispostos a sentar e conversar sobre acolhimento e empatia
Psicóloga e coordenadora regional de saúde do adolescente da 16ª CRS, Gianine Sandri

Confira o vídeo: