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Aqui e agora: como a meditação pode ajudar a acalmar a mente durante períodos conturbados

Postado as 11/05/2020 08:44:37

Por Júlia Amaral

Conforme o psiquiatra e professor da Univates Rafael Moreno Ferro de Araújo, o período de isolamento social pode agravar ou desencadear sintomas de ansiedade e de depressão. Uma forma de aliviar as tensões é a meditação. “Ela entra como um grande auxiliar na prevenção e no tratamento desses sintomas. Existem vários estudos sobre os benefícios da meditação no tratamento de diversos problemas, tanto do corpo quanto psicológicos”, afirma Araújo, que também é adepto da prática. “Assim como o exercício físico exercita o corpo, a meditação exercita a mente”, compara. Qualquer pessoa pode meditar, basta ter 10 minutos disponíveis para a prática. Às vezes, esses minutos são disponibilizados no fim da aula da professora de Jornalismo da Univates Jane Mazzarino.

Ex-professora de yoga, Jane encontrou uma forma de ajudar os estudantes a manter a calma, prestar atenção na respiração e na postura e se conectar com o momento presente. Mesmo sem compartilhar o mesmo ambiente, os exercícios continuam.

O desafio hoje é compreender a pessoa que está lá do outro lado, num meet, numa relação virtualizada. Devemos identificar as possíveis tensões psicológicas da pessoa. E é muito simples: basta, enquanto professor, olharmos para o estudante como uma pessoa que está vivendo no mesmo mundo e com as mesmas tensões que a gente, colocando-nos em situação de parceria
Jane Mazzarino

Aluna da professora Jane na disciplina Assessoria de Imprensa, Roberta Stefani conta que já tentou meditar com a ajuda de aplicativos, mas sentiu dificuldade. Para ela, ter uma voz conhecida como a da professora é mais efetivo. “A meditação presencial com a professora tinha um poder enorme, e quando ela propôs fazer por videoconferência, me ajudou muito”, revela. Roberta já trabalhava em home office antes do isolamento social, mas agora, sem poder sair de casa nem mesmo para a aula, percebe que seu nível de estresse aumentou. Ela conta que muitos professores percebem que esse não é um momento em que é fácil se concentrar nas atividades da aula. “Estamos todos mais sensíveis, querendo colo e sem poder estar perto, e a professora encontrou uma maneira de nos ajudar, mesmo agora”, comenta.

A ideia de meditar com os alunos surgiu há alguns semestres, quando Jane sentiu que os estudantes não estavam conectados com a aula. Conversando com eles, a professora identificou que muitos enfrentavam períodos longos e exaustivos de trabalho, além de as tarefas da faculdade exigirem muito esforço. A meditação surgiu como um convite para o momento de chegada à aula ou, ao final, para se desconectar dela. “A meditação é algo que venho trazendo para as aulas aos poucos. Parece que havia a intuição de uma necessidade maior dessas coisas”, analisa a professora.

Mas o que é necessário para meditar?

“Nada”, responde o professor Rafael. “Apenas um pouquinho de tempo”, conclui. O psiquiatra conta que geralmente pratica a meditação logo após acordar. “Pego uma almofadinha, sento nela e medito. Quando não há chuva e a temperatura está agradável, medito na grama no pátio de minha casa. Cada um escolhe o melhor horário”. Araújo também dá algumas dicas para quem quer iniciar a prática: aplicativos como Satvva, Insight Timer, 5 minutos ou o Cíngulo, do psiquiatra Diogo Lara, apresentam um tipo acessível de prática meditativa.

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