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Divulgação

Por meio do conhecimento, mulheres buscam protagonismo no campo

Postado as 17/08/2020 14:02:11

Por Vinicius Mallmann

 

Um dos maiores potenciais econômicos do Brasil é o agronegócio. Além de servir como fonte de renda para diversas famílias, o mercado agroindustrial movimenta grande parte da economia do País. Embora ainda seja uma área com predominância masculina, o cenário vem mudando com o passar dos anos, com as mulheres conquistando seu espaço.

Fernanda Possebon

 

De acordo com a professora Mirian Fabiane Dickel Strate, do curso Técnico em Agronegócio da Universidade do Vale do Taquari - Univates, a maior presença do público feminino é resultado de uma transição no setor da agricultura. “Estudos mostram que as mulheres já representam cerca de 30% da classe atuante no agronegócio. Destaca-se o crescimento do número de mulheres na agricultura brasileira, que passou de 9,3% em 2006 para 12,1% em 2017. Isso é um grande passo, pois mostra a importância da mulher rural como protagonista de um processo de transição na agricultura, com a produção de alimentos, exercendo papel de liderança a partir da ética do cuidado com a vida e promovendo a saúde planetária”, ressalta.

 

Filha de agricultores, Mirian vive uma vida ligada ao campo. Criada na agricultura, ela uniu a paixão e o desejo de aprofundar seu conhecimento. “Escolhi o curso de Ciências Biológicas para compreender os ecossistemas e como preservar os ambientes. Mesmo me mudando para a cidade, mantive o vínculo com a agricultura durante a faculdade, tendo atuado com agricultores nos projetos de extensão”, conta. Após finalizar o curso, Mirian ainda fez mestrado em Desenvolvimento Rural, e hoje está cursando doutorado em Desenvolvimento Rural e realizando pesquisas sobre a sustentabilidade na agricultura.

Protagonismo ligado ao conhecimento

Arquivo Pessoal

Atuando no setor social do departamento técnico de uma cooperativa, a estudante Andressa Wahlbrinck buscou no curso Técnico em Agronegócio uma oportunidade de aprofundar seu conhecimento em sua área de atuação. “O agro sempre me deu muito orgulho, mas eu sentia vontade de me inserir em uma empresa, fazer parte de um processo corporativo. Foi então que fui contratada por uma cooperativa, na qual trabalhei por pouco mais de três meses em uma linha de produção de uma das plantas industriais. Posteriormente surgiu a oportunidade de trabalhar no setor social do departamento técnico”, relata.

 

De acordo com a estudante, o ingresso na cooperativa também foi um motivo para a mudança de planos em sua vida. “Antes de trabalhar na cooperativa, havia ingressado em Biomedicina. Quando comecei a trabalhar lá resolvi trancar o curso e ingressar em Administração, pois me encontrei como profissional e vi uma ótima oportunidade de crescimento. Depois disso, fiquei sabendo que a Univates iria disponibilizar o curso Técnico em Agronegócio, foi então que me inscrevi para complementar meus estudos e, assim, me tornar uma profissional melhor”, conta.

Arquivo Pessoal

 

Colega de Andressa, Daiane Lumi também tem contato desde pequena com o agronegócio. Nascida e criada no campo, a estudante resolveu buscar qualificação na área pois percebia que muitos produtores têm dificuldade com o fluxo de caixa. “Minha relação com o agronegócio começou na infância, com toda minha família tendo uma relação muito forte principalmente com negócios de bovinocultura de corte. Mas o que me motivou a buscar conhecimento nessa área é que eu sou da área da gestão e minha família sempre foi da área do agronegócio, então as coisas se juntaram. Percebo que muitos produtores não mensuram o lucro através das entradas menos as saídas. Eles têm uma boa produtividade por área, mas muitos gastos com insumos, então quero poder instruir os produtores para que consigam um retorno ainda maior e sem gastar tanto”, explica.

 

Para Daiane, a mulher sempre esteve inserida no agronegócio, porém nos últimos tempos vem buscando o protagonismo e a igualdade. “A mulher sempre esteve inserida no agronegócio, mas nunca foi protagonista dos negócios, sempre trabalhou de uma forma muito ferrenha. Hoje em dia vejo que as coisas estão mudando, muitas mulheres estão lutando pela autonomia e dividindo o espaço com os homens”, salienta.

Arquivo Pessoal

 

Outro exemplo de afeto ao campo vem da estudante Laura Weber. Para ela, o protagonismo das mulheres no agronegócio é resultado de muito trabalho e dedicação. “As mulheres, não só na área do agro, mas também em outras áreas, sempre foram vistas como frágeis. Só que isso está mudando, estamos estabelecendo nosso espaço e mostrando que podemos manusear máquinas agrícolas, participar de rodadas de negócios e exercer liderança familiar. Isso demonstra que os setores agropecuários, como os outros setores da sociedade, adquiriram a determinação e o profissionalismo das mulheres”, descreve a estudante.

 

Uma vida dedicada ao campo

 

Residindo no interior de Teutônia, Jaíne Sprandel tem a sua mãe como maior inspiração na agricultura. Como parte da terceira geração a trabalhar com o agronegócio, a estudante conta que precisou de estudo e dedicação para continuar com os negócios da família. “Desde pequena gosto da lida no campo, e optei por permanecer nesse meio. Hoje sou a terceira geração a estar trabalhando na propriedade da minha família. Muita coisa mudou nesse tempo, por isso fiz vários cursos de curta duração e agora decidi ingressar no Técnico em Agronegócio para ter mais conhecimento e auxiliar nas decisões que preciso tomar”, explica.

Arquivo Pessoal

 

Para Jaíne, o espaço conquistado pelas mulheres é fruto de muito trabalho e dedicação. “Sinto que cada vez mais as mulheres estão buscando seu lugar, claro que ainda com muito esforço, pois no meio rural o homem é quem ainda tem o poder de decisão. Eu tenho um ótimo exemplo porque foi minha mãe quem esteve à frente na propriedade, por isso ela sempre me apoia e incentiva. Creio que as mulheres do agro de hoje estão buscando cada vez mais seu lugar. Falo isso também com base na cooperativa à qual somos associados. Neste ano criamos o primeiro comitê de mulheres, em que temos encontros para debater e sugerir formas para que a mulher possa ter o mesmo poder decisório que os homens”, relata.

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