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Tratamento de resíduos em indústria de gemas é estudado

Postado em 01/03/2016 13h35min

Por Ana Amélia Ritt

A sustentabilidade em indústrias de gemas (conhecidas popularmente como pedras preciosas) foi o tema da tese defendida pela professora da Univates e agora doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD) Fernanda Sindelar. Essas empresas geram grande volume de resíduos ao longo das etapas de corte e polimento das gemas. Com o objetivo de propor tecnologias para tratamento desses resíduos e também indicadores para que empresas possam melhorar seu dia a dia em busca de ações sustentáveis, Fernanda realizou visitas semanais a uma empresa de Teutônia e testou alternativas de tratamento.
 
A pesquisa foi desenvolvida em parceria com a empresa Pedras Oriente Comércio, Importação e Exportação Ltda. A tese foi realizada por meio do programa “Pesquisador na Empresa”, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs). O intuito é apoiar o desenvolvimento de pesquisa em ciência e tecnologia e contribuir para a inovação tecnológica, o desenvolvimento empresarial e a competitividade das empresas beneficiadoras de gemas. O trabalho intitulado “Avaliação das condições de sustentabilidade em empresas beneficiadoras de gemas com incorporação de tecnologias” foi acompanhado pelas professoras Simone Stulp e Júlia E. Barden.
 
“Diferentes etapas foram desenvolvidas. Inicialmente houve o acompanhamento e análise do processo produtivo e a elaboração do inventário de entradas e saídas do processo, visando a identificar os pontos críticos. Após, ocorreu a proposição de tecnologia que permite o tratamento do lodo e a reciclagem de materiais. Por fim, elaborou-se uma proposta de indicadores de sustentabilidade direcionados para as empresas que compõem o setor e foi realizada a avaliação das condições de sustentabilidade na empresa”, explica Fernanda. A doutora afirma que o objetivo era utilizar o resíduo que tecnicamente estava sendo desperdiçado para que houvesse melhor aproveitamento. 
 
Durante as etapas do processo de beneficiamento, são utilizados recursos como gemas, óleo diesel marítimo (lubrificante), ferramentas diamantadas e energia elétrica e são gerados diversos tipos de resíduos sólidos e líquidos, em especial um lodo acinzentado escuro, que é composto por uma mistura de óleo diesel marítimo, material diamantado moído, pó e pequenos restos da gema cortada. “Esse lodo, por conter a presença do óleo diesel marítimo, pode causar sérios impactos ambientais, por isso, a legislação estabelece que ele deve ser encaminhado para um aterro ou central de recebimento e destinação de resíduos industriais, implicando em aumento dos custos e gerando um passivo ambiental para a empresa”, informa a pesquisadora. Com o pensamento de adotar processos mais sustentáveis, sugere-se destinação melhor para seu tratamento, recuperação e reciclagem.
 
Os resultados alcançados contribuíram no desenvolvimento de tecnologia para tratamento do lodo e em um conjunto de indicadores de sustentabilidade que as empresas do setor poderão utilizar para realizar sua avaliação e o monitoramento de suas atividades em busca de uma condição mais sustentável, auxiliando no processo de tomada de decisão e na gestão da atividade. 
 
Texto: Ana Amélia Ritt
Lodo que pode causar problemas ambientais caso não for tratado

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Gemas prontas para serem comercializadas

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