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A pesquisa científica como aliada para preservação do meio ambiente

Postado as 05/06/2020 09:21:20

Por Júlia Amaral

No dia 5 de junho comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente. Pesquisas elaboradas na Universidade do Vale do Taquari - Univates, especialmente nos Programas de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD) e em Sistemas Ambientais Sustentáveis (PPGSAS), resultam em diferentes formas de pensar e praticar a preservação da natureza. No solo, na água, no ar, onde enxergamos ou não a olho nu, existem formas de vida que devem ser pesquisadas e protegidas para o bem do planeta.

Acervo pessoal de Eduardo Périco

Uma das pesquisas desenvolvidas no PPGAD, coordenada pelo professor doutor Eduardo Périco, chama-se “Paisagens físicas e culturais: efeitos sobre populações animais e humanas”. O projeto busca entender como, dentro de um recorte territorial, os elementos culturais, como alimentação, comunicação e cultura, e físicos, como florestas, campos, recursos hídricos, área urbana, agricultura, silvicultura e pastagens, afetam a ecologia e a conservação das populações animais. A pesquisa é desenvolvida em quatro diferentes biomas: Floresta Amazônica, Cerrado, Mata Atlântica e Pampa. Ligado ao projeto, o Laboratório de Ecologia e Evolução desenvolve trabalhos de pesquisa relacionados à ecologia de populações e comunidades animais, visando a estabelecer estratégias de conservação da biodiversidade.

Em conjunto com a Universidade de Halmstad, na Suécia, e financiamento da Fundação Sueca para Cooperação Internacional em Pesquisa e Educação Superior (Stint), o laboratório também estuda o efeito do aquecimento global sobre populações de libélulas na região boreal europeia. “Conseguimos identificar como o aquecimento está provocando a migração de diversas espécies para regiões mais frias. Uma das espécies estudadas já se deslocou mais de 600 km em direção ao norte”, conta Périco. Além disso, o laboratório desenvolveu um trabalho com wetlands naturais e construídos, que são sistemas naturais de tratamento de efluentes. Esses locais funcionam como refúgio da biodiversidade de organismos aquáticos e são a principal alternativa ao tratamento tradicional, por serem mais econômicos, eficientes e sustentáveis. “Toda depuração dos efluentes é realizada pelas plantas e invertebrados aquáticos, ou seja, é mais um exemplo de um serviço ecossistêmico”, explica o professor.

A importância de agroecologistas e dos produtos orgânicos para a preservação do meio ambiente

A professora doutora Luciana Turatti pesquisa sobre produtos orgânicos e os agricultores no Vale do Taquari. O projeto de pesquisa “Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica: a construção de sentidos em torno das diretrizes nacionais pelo grupo de agricultores ecologistas de Forqueta, Arroio do Meio, RS, Brasil”, realizado com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), encerra este ano. Um dos resultados mais expressivos da pesquisa é o documentário elaborado por um grupo de agroecologistas, que foi coordenado pela professora Jane Mazzarino, integrante do projeto de pesquisa. Nesse material, elas contam sua história e apresentam as razões de optarem por uma produção livre de agrotóxicos. Para ela, o registro de histórias, como a das agroecologistas, realizado por meio das pesquisas, pode contribuir para socialização desses conhecimentos e o estímulo para que outras pessoas façam o mesmo. “Além disso, esse conhecimento pode ser transmitido para as futuras gerações, que têm demonstrado maior sensibilidade para com a causa ambiental”, finaliza.

A professora Luciana também coordena o projeto “Práticas sustentáveis na agricultura: os usos da água pelos agroecologistas do Vale do Taquari - RS”, realizado com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), que ainda está em fase inicial. 

Essas pesquisas auxiliam na preservação do meio ambiente, pois buscam identificar práticas sustentáveis desenvolvidas por pequenos agricultores, e que podem ser reproduzidas em outros ambientes. Essa é uma forma de tornar a relação da produção de alimentos mais harmônica com o ambiente, e, consequentemente, diminuir, ou até mesmo evitar, impactos
Luciana Turatti

Elise Bozzetto

Sustentabilidade em propriedades produtoras de leite

Na coordenação de pesquisas que visam à sustentabilidade, a professora doutora Claudete Rempel integra o PPGAD e o PPGSAS. O projeto “Sustentabilidade em propriedades produtoras de leite” analisou a sustentabilidade ambiental enfocando diferentes parâmetros, como dejetos, água, área de preservação permanente, queimadas, agrotóxicos, diversidade de culturas, reserva legal, erosão e declividade do solo. “Também já analisamos, em algumas propriedades, a sustentabilidade econômica”, lembra a professora. Nesse projeto, encontraram-se, nas 124 propriedades rurais do Vale do Taquari, 18 princípios ativos de diferentes agrotóxicos utilizados pelos agropecuaristas. 

Atualmente a professora integra o time de docentes do curso de Medicina. “Estamos avaliando a qualidade de vida dos produtores e também as relações entre as doenças ou problemas de saúde dessa população com os princípios ativos presentes nos agrotóxicos utilizados”, conta. Há também a análise de problemas físicos ou de postura decorrentes das ações diárias envolvidas na atividade rural. Assim, são verificadas as possíveis ações fisioterapêuticas para melhoria dos sintomas de dor. Conforme Claudete, a qualidade de vida dos produtores, até o momento, está enquadrada pelos pesquisadores como boa, embora os aspectos físicos e sociais apresentem uma variação muito grande, uma vez que os produtores apontam que as atividades diárias com a produção de leite fazem com que eles tenham poucas oportunidades de lazer.

 

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