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Os desafios da manutenção da vida útil de pontes

Postado as 25/09/2023 10:54:11

Por Rebeca Jéssica Schmitz

Artigo técnico escrito por Rebeca Jéssica Schmitz, coordenadora do curso de Engenharia Civil da Universidade do Vale do Taquari - Univates.

Muitos são os que pensam em projetos de pontes para conectar lugares e melhorar a mobilidade urbana, mas são poucos os que se preocupam com a manutenção das pontes existentes.

A denominação de Obra de Arte Especial (OAE) está relacionada a pontes, viadutos e passarelas. Segundo normativas, esse tipo de estrutura deveria ser vistoriada anualmente.

Divulgação/Acervo Pessoal

Estudantes e diplomados do curso de Engenharia Civil da Univates vêm desenvolvendo diversos trabalhos na área de vistoria das OAE. Na foto está Mateus Bresciani.

 

Aqui no Brasil, no entanto, percebe-se uma cultura em que se opta pelo não investimento em vistorias e manutenções. Isso representa um grave problema, visto que, quando as pontes estão caindo ou mesmo já caíram, é necessário desembolsar altos valores para restabelecer as estruturas.

Apesar de poder parecer pouco comum, são inúmeros os casos de pontes que caem (rupturas totais ou parciais) ou que são levadas por enchentes.  Boa parte desses transtornos, arriscando dizer que praticamente todos, poderiam ser evitados com a adoção de planos de vistoria e manutenção adequados. Destaca-se que os custos para manter uma postura preventiva são muito menores do que para manter uma postura reativa, como ocorre quando há necessidade de se realizar manutenções complexas ou até mesmo reconstruções.

Percebe-se que rodovias concessionadas têm adotado o padrão contrário, o que gera constantes pequenas manutenções, garantindo segurança ao usuário e economia à empresa.

Tratando-se das OAEs que estão sob responsabilidade do poder público, o primeiro impasse é reconhecer qual instância é responsável pela obra, visto que muitas rodovias federais e estaduais estão dentro dos perímetros dos municípios.

Considerando que, na grande maioria das localidades, não há um cadastramento das pontes existentes, a realização das vistorias e manutenções corretivas torna-se ainda mais complexa.

São Paulo,  uma cidade que possui uma quantidade imensa de pontes, viadutos e passarelas, tem se tornado um exemplo se comparada à  realidade de outros municípios. Um acidente ocorrido em um trecho do viaduto da Marginal Pinheiros resultou no colapso parcial de um pilar da ponte e no surgimento de um degrau de aproximadamente dois metros na pista. Depois disso, a cidade viu-se obrigada a vistoriar e recuperar suas obras para manter as vias em funcionamento.

Divulgação/Acervo Pessoal

Em localidades onde não há o cadastramento das pontes existentes, a realização das vistorias e manutenções corretivas torna-se ainda mais complexa.

Motivados pela importância da manutenção desse tipo de estrutura, os estudantes do curso de Engenharia Civil da Univates vêm desenvolvendo diversos trabalhos na área de vistoria de OAE. Conheça alguns deles abaixo:

a) Análise das manifestações patológicas em pontes no município de Teutônia/RS. Acadêmico: Rodolfo Winkler.

b) Levantamento das manifestações patológicas encontradas em pontes localizadas no município de Taquari/RS. Diplomado: Israel da Silva Lopes.

c) Mateus Bresciani estudou a condição dos vãos acessíveis da ponte entre Encantado e Roca Sales.

Divulgação/Acervo Pessoal

A professora Rebeca e a estudante Thaís Vieira Gräf estão mapeando e cadastrando todas as pontes sob jurisdição do município de Lajeado.

 

Recentemente, eu e a estudante Thais Vieira Gräf demos início a um projeto mais abrangente: mapear e cadastrar todas as pontes sob jurisdição do município de Lajeado.

A intenção é recolher todas as documentações e registros das pontes para montar um banco de dados acessível virtualmente por meio de um mapa interativo.

A partir disso, surge a necessidade de vistoriar todas essas pontes para identificar suas condições atuais. Isso é de suma importância para identificar estruturas que possam estar em risco, já que, muitas vezes, passamos por cima das pontes e não fazemos ideia das condições da estrutura que está debaixo da via.

Acredito que a ideia do banco de dados pode ser adotada por outros municípios no futuro. Apesar de o projeto não parecer tão atraente do ponto de vista econômico, porque representa um investimento que não é usual, mesmo assim destaco novamente a importância da sua aplicabilidade, principalmente no Vale do Taquari, que sofre com cheias recorrentes que castigam muito as pontes.

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