Extensão

Projeto entrega atestados de conclusão a imigrantes participantes das aulas de português em Lajeado

Por Lucas George Wendt

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Postado em: 22/12/2025, 06:00:00

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A entrega dos atestados de conclusão das aulas de português do projeto Vem pra cá, desenvolvido pela Universidade do Vale do Taquari - Univates, foi realizada na terça-feira, 16 de dezembro, no Auditório da Secretaria Municipal da Saúde de Lajeado, espaço onde ocorreram os encontros ao longo do ano. Em 2025, 47 imigrantes participaram da iniciativa, que promoveu aulas semanais de março a dezembro, sempre às terças-feiras, das 9h30min às 11h30min, totalizando 74 horas de formação.

Criado em 2014, o projeto Vem pra cá já atendeu cerca de 900 migrantes e refugiados, mantendo uma frequência semanal média entre 15 e 20 alunos, com idades que variam de 18 a 50 anos. As turmas são compostas por participantes de diferentes países, falantes de múltiplas línguas, em sua maioria bilíngues ou multilíngues, reunindo uma diversidade de culturas, trajetórias de vida, idades e níveis de escolaridade. Em 2025, os alunos foram oriundos do Haiti, Taiwan, Bangladesh, Guiné-Bissau, Venezuela, Cuba, Guiné Equatorial e Alemanha.

Além do ensino do português como língua adicional, o projeto também se consolidou como um espaço de acolhimento e orientação para demandas do cotidiano enfrentadas por migrantes e refugiados. Entre os apoios oferecidos estão o auxílio para a obtenção de documentos brasileiros, como a Carteira de Trabalho e a Carteira do SUS, orientações para a locação de moradia e suporte na busca por oportunidades de emprego, contribuindo de forma direta para a inserção social e econômica dos participantes.

Divulgação

O Vem pra cá integra as ações da Cátedra Sérgio Vieira de Mello, criada neste ano NA Univates em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). A cátedra é uma iniciativa global dedicada à proteção dos direitos e à promoção da integração de pessoas refugiadas, e o projeto tem papel central especialmente no eixo voltado ao ensino de português para essa população.

Segundo a coordenadora do projeto, Maristela Juchum, a proposta pedagógica está fundamentada na interculturalidade, compreendida como um processo baseado no diálogo e na interação entre culturas. Para ela, aprender uma língua adicional vai além do domínio de um novo código linguístico, representando também a compreensão de formas de agir e de se inserir em uma nova cultura. “O Vem pra cá é fundamental para que migrantes e refugiados possam se constituir e se integrar à nova sociedade. As aulas de língua portuguesa possibilitam o exercício da cidadania, a inserção social e o acesso ao mercado de trabalho”, afirma.

Os impactos do projeto são evidenciados nos depoimentos dos participantes. “As aulas me ajudam a conversar com pessoas de fora, do meu trabalho”, relata Youssouf Bah, da Guiné-Bissau. Já Daphne Guerrier, do Haiti, destaca que “conhecer a língua portuguesa me ajuda a conhecer a cultura brasileira e a saber quais são meus direitos no Brasil”.

Para Maristela Juchum, relatos como esses demonstram a relevância das ações extensionistas desenvolvidas pela universidade. “Depoimentos como esses nos emocionam e nos fazem acreditar que a universidade, por meio da extensão, está cumprindo sua função social”, conclui.

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