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Representações da comunidade LGBTQIAPN+ na mídia

Por Luis Schwarzer

Postado em 13/06/2023 15:45:04


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Por Luis Schwarzer, diplomado do curso de Publicidade e Propaganda da Univates 

Com o passar dos anos, vimos uma crescente aceitação da população LGBTQIAPN+ (1) na sociedade, mas a luta por direitos e igualdade está longe do fim. Esse grupo, que, ao longo da história, já foi muito exposto e marginalizado, ainda se depara com preconceitos e estereótipos que lhe trazem dificuldades diárias, muitas vezes por falta de conhecimento e informação sobre o assunto. 

Em 2021, no meu trabalho de conclusão de curso, decidi abordar a temática “As cores que a mídia pinta: a percepção da população LGBTQIA+ do Vale do Taquari sobre suas representações na publicidade brasileira”. Por meio de pesquisa bibliográfica foi identificada falta de trabalhos acadêmicos na nossa região que abordam o tema. Era importante criar um debate onde este fosse o estudo principal para fomentar essa discussão na nossa realidade, buscando entender os conceitos de comunidade e como funcionam as relações e interações pessoais, compreendendo assim como se desenvolvem as relações de inclusão, exclusão e aversão ao novo, ou seja, uma escala quase hierárquica que define quem, como e o que será aceito ou não na sociedade. Dar voz a essa população foi de extrema importância para entender como cada pessoa, em sua singularidade, se sente sobre sua representação e dificuldades diárias. Para tanto, foram entrevistadas seis pessoas de diferentes orientações sexuais e expressões de gênero: um homem homossexual, uma mulher homossexual, um homem bissexual, uma mulher bissexual, um homem transexual e uma mulher transexual.

Essa variedade de entrevistados possibilitou entender um pouco mais como é o sentimento de representação e visibilidade dado pela mídia, quando analisado em sua individualidade, e também um pouco mais sobre as consequências, tanto positivas quanto negativas, dessa ação. Existe sim um aumento dessas representações na mídia, mas se questiona a qualidade delas. É necessário um cuidado para que não sejam acentuados estereótipos e preconceitos. Além disso, é necessário que as organizações abordem a temática com naturalidade, trazendo nos seus ideias a identificação com o movimento. Marcas que tratam da causa apenas em momentos pontuais do ano, como o mês de junho, podem ser vistas como se aproveitando do assunto para benefício próprio, visando ao lucro. 

É importante a visibilidade dada, mas é imprescindível que lutem ativamente junto com essa população, buscando igualdade e melhor qualidade de vida. Ainda são identificadas diferenças de frequência e qualidade na representação de certas parcelas da população LGBTQIAPN+, pois alguns subgrupos do movimento têm suas cores pintadas de forma mais forte pela mídia do que outros que surgem de forma mais tímida. É a mídia que define quais cores ela vai pintar em suas peças e campanhas. Enquanto sobreviver ainda é sinônimo de incertezas, a batalha pela naturalização será algo cotidiano.

 

1 / Nomenclatura que representa diferentes orientações sexuais e expressões de gênero: lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, interessexuais, assexuais, pansexuais e não binarie. 

2 / A palavra GayFriendly diz respeito a locais, marcas ou organizações que participam ativamente do movimento LGBTQIAPN+, tratando da causa ou proporcionando um ambiente confortável e de respeito para essa população. 

3 / Na tradução para o português, o “dinheiro rosa” significa a comercialização de bens de consumo que visam a atingir a população LGBTQIAPN+. O termo pode ser usado para definir empresas que tratam da causa como identificação da marca com o movimento, prezando a diversidade, mas também pode ser pejorativo, quando relacionado a organizações que se aproveitam do assunto apenas para fins lucrativos.

O conteúdo e as opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade de seu autor. 

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