A pesquisa contou com a colaboração de mais de 120 pesquisadores de 70 instituições de ensino e pesquisa. A Univates esteve representada neste estudo pelos professores doutores Camille Eichelberger Granada, do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec), e Eduardo Périco, do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD). Esses pesquisadores colaboraram para desvendar um pouco mais da biodiversidade do bioma Pampa, que é conhecido pelas suas vastas planícies de campos, mas também inclui outros ambientes, como florestas, banhados e butiazais.
A Dra.Camille E. Granada trabalhou com a diversidade de microrganismos dos solos, em colaboração com as doutoras Luciane M. P. Passaglia (Ufrgs) e Anelise Beneduzi (DDPA). Já o Dr. Eduardo Périco trabalhou com a diversidade de libélulas (Odonata), que são insetos cuja fase larval ocorre na água e a fase adulta é terrestre, sendo utilizados como organismos indicadores da integridade ambiental.
Os pesquisadores responsáveis pelo estudo reuniram uma equipe de especialistas em diversos grupos de organismos e trabalharam por mais de dois anos para construir uma base de dados sobre a biodiversidade do Pampa. Os resultados surpreenderam, pois a maioria dos grupos de organismos apresentou números mais elevados do que se conhecia ou se estimava anteriormente. Nesse contexto, destacaram-se os grupos de algas e fungos, os quais apresentaram um número muito maior de espécies do que aquelas que se conhecia anteriormente. Os dados também revelaram que o Bioma Pampa contribui significativamente para a diversidade de aves, mamíferos e abelhas. Segundo o Dr. William Dröse, o estudo evidencia que a biodiversidade do Pampa é elevada não somente no grupo de plantas campestres, o que já era bem conhecido, mas também em muitos outros grupos. Ele ainda ressalta que, por exemplo, no caso das formigas, há muitas espécies que ainda nem sequer foram descritas.
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Essa alta diversidade mostrada no estudo vem, contudo, sofrendo perdas aceleradas (dados mostrados no Map Biomas). A Dra. Bianca Ott Andrade ressalta que a perda de biodiversidade implica na perda de serviços ecossistêmicos fundamentais para as populações humanas. Diante disso, os autores do artigo esperam que os dados compilados contribuam para a conservação de espécies nativas.
Para garantir a conservação do bioma, é necessário investir em pesquisa e desenvolver políticas públicas voltadas para esse assunto, uma vez que o Pampa ainda recebe relativamente pouca atenção nesse sentido. A perda de biodiversidade nos ambientes naturais deveria ser um tema central em um período em que muito se discutem mudanças climáticas globais. Os dados coletados pelos pesquisadores estão disponíveis on-line na página da revista. Os cientistas pretendem atualizar a base de dados periodicamente.